Será inaugurada neste sábado (7), às 10h, a exposição 1º Salão de Outono – o centenário de um marco para as artes visuais no Rio Grande do Sul, no Museu de Arte do Paço (Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico de Porto Alegre). Com curadoria de Lizângela Guerra e Paula Ramos, a mostra reúne cerca de 30 obras originais que integraram a edição histórica de 1925. Também haverá documentos, fotografias, publicações de jornais e uma série de fontes que resgatam o contexto e os impactos do evento. A visitação é gratuita e segue até 11 de julho, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
A exposição é resultado de uma pesquisa iniciada em 2021. Uma campanha de financiamento coletivo tornou a iniciativa possível. Ela contou com o apoio de mais de 160 colaboradores de diferentes regiões do Brasil. Além de obras de artistas consagrados e emergentes do período, o público poderá conhecer registros históricos sobre o evento que mobilizou a imprensa local e impulsionou as primeiras tendências modernistas no Estado.
Histórico
Realizado entre maio e julho de 1925, o 1º Salão de Outono reuniu mais de 300 obras de 68 artistas, profissionais e amadores, no edifício da Intendência Municipal. Um grupo de jovens artistas e intelectuais organizou a iniciativa.
Pela primeira vez, eles propuseram um Salão de Arte aberto à diversidade de linguagens artísticas – incluindo pintura, escultura, arquitetura e artes aplicadas. O sucesso foi imediato: o evento gerou debates acalorados nos jornais, atraiu grande público e repercutiu nacionalmente, especialmente no Rio de Janeiro, então capital da República.
Entre os nomes que se destacaram estavam Antonio Caringi, Fernando Corona, João Fahrion, José Lutzenberger, José Rasgado (Stelius), Judith Fortes, Oscar Boeira e Sotero Cosme. Suas produções foram comentadas junto às de artistas consagrados, também expositores do Salão, a exemplo de Alfred Adloff, Augusto Luiz de Freitas e Pedro Weingärtner, e de artistas que se afirmavam, como Affonso Silva e Francis Pelichek.
Em 2025, para comemorar o centenário do Salão, a exposição recupera sua história, apresentando obras, artistas, comentaristas. Inclusive “Jack”, o misterioso crítico de arte do Salão, que publicou nove textos críticos no recém criado jornal Diário de Notícias, revelando seus “favoritos” e também gerando uma série de polêmicas, pelo tom irônico e impiedoso com que discutiu uma série de obras.