O governo do Rio Grande do Sul iniciou neste domingo (25) a última etapa de desmobilização do Centro Humanitário de Acolhimento do Centro Vida, em Porto Alegre. A ação, liderada pela Sehab (Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária), conta com o apoio da prefeitura de Porto Alegre e da OIM (Organização Internacional para Migrações), da ONU, responsável por acompanhar a transferência das primeiras famílias para as moradias temporárias, localizadas no bairro Santa Rosa de Lima, na zona norte da capital.
Segundo a Sehab, cerca de 116 pessoas ainda estavam abrigadas no local. Neste primeiro dia, 20 famílias foram realocadas. As mudanças seguirão de forma gradual durante a próxima semana até a completa desmobilização do espaço. Ao todo, Porto Alegre conta com a instalação de 80 casas temporárias para receber as famílias.
As soluções habitacionais fazem parte do Plano Rio Grande, programa do governo estadual que visa reconstruir e fortalecer o Rio Grande do Sul após as enchentes. “O Estado trabalha na reconstrução e na criação de alternativas para dar mais dignidade no morar para as famílias que perderam suas casas na enchente. A busca de moradia para as pessoas atingidas é o caminho que percorreremos cotidianamente”, afirmou o secretário da Habitação, Carlos Gomes.
A OIM está presente no processo de realocação, garantindo o acompanhamento das obras, além de oferecer transporte, vale-alimentação por três meses e apoio financeiro para aquisição de móveis e utensílios domésticos. “Ao longo desses dez meses, os Centros Humanitários cumpriram seu papel no acolhimento das pessoas afetadas pelas enchentes. Agora, para as famílias que ainda necessitam, nosso trabalho continua no acompanhamento desse processo de reintegração e retomada do cotidiano”, destacou Eugênio Guimarães, coordenador de Operações da OIM no RS.
Centros Humanitários de Acolhimento
Criados como solução emergencial para acolher famílias atingidas pelas enchentes, os CHAs foram inaugurados em julho de 2024 em Porto Alegre e Canoas. Com apoio da Fecomércio e gestão da OIM, os locais ofereceram estrutura com cômodos separados, brinquedoteca, lavanderia, espaços de lazer, quatro refeições diárias, além de atendimento psicossocial, médico e de empregabilidade.
As três unidades — duas em Canoas e uma em Porto Alegre — acolheram um total de 1.184 pessoas, com pico simultâneo de aproximadamente 800 abrigados. A unidade Recomeço, em Canoas, encerrou suas atividades em dezembro de 2024, e até junho de 2025 todos os Centros devem ser desativados.
Moradias temporárias
A política habitacional emergencial do Estado, conforme a lei 16.138/2024, prevê inicialmente a disponibilização de casas temporárias para municípios que precisam desativar abrigos coletivos. Paralelamente, a Sehab atua na seleção de terrenos para a construção de moradias definitivas.
Cada unidade de moradia temporária possui 27 metros quadrados, com dormitório, sala e cozinha conjugadas, banheiro, mobiliário sob medida e eletrodomésticos. Estruturadas com aço galvanizado e concreto, as casas oferecem resistência e conforto.
O governo estadual investiu R$ 83,3 milhões na aquisição de 625 Módulos Habitacionais Transportáveis, que poderão ser reutilizados conforme a necessidade. Além das 80 unidades em Porto Alegre, 105 serão entregues em Eldorado do Sul e 20 em Rio Pardo.
Casas definitivas
Em Canoas, serão construídas 51 moradias definitivas por meio do programa A Casa é Sua-Calamidade, com investimento de R$ 7,1 milhões. O terreno está sendo preparado pela prefeitura, e as obras devem ser concluídas em até 120 dias após a entrega do local.
As ações integram o Plano Rio Grande, conduzido pelo governador Eduardo Leite, com foco na reconstrução e fortalecimento do Estado, garantindo soluções habitacionais mais resilientes e sustentáveis para o futuro.