CULTURA

Curta gaúcho sobre os Huni Kuï é exibido em festival de cinema em Paris

Filme gravado no Acre faz imersão na cultura indígena e integra a 27ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris

Uma criança indígena recebendo pintura no braço por um mulher
Imagem: Panda Filmes

O documentário gaúcho Huni Kuï, povo verdadeiro será exibido no Festival de Cinema Brasileiro de Paris nesta segunda-feira (5). O curta-metragem, de vinte minutos, foi rodado em aldeias indígenas da Amazônia, no estado do Acre, em 2024.

Os diretores Tatiana Sager e Gabriel Rodrigues Sager e os roteiristas Renato Dornelles e Carlos Hammes lideram a equipe. Também haverá projeção de trinta e cinco longas-metragens, incluindo Ainda Estou Aqui, Vitória e O Auto da Compadecida 2. Considerada a principal vitrine do audiovisual nacional na Europa, a vigésima sétima edição da mostra começou em 29 de abril e segue até o dia 6 deste mês.

 “Participar de um evento que reúne grandes filmes brasileiros em Paris, inclusive o atual ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro, além de uma grande honra, é muito animador perceber que estamos fazendo bons trabalhos e sendo reconhecidos”, comemora o diretor Gabriel Sager Rodrigues, que também assina a fotografia do filme.

Para os Huni Kuï, que significa povo verdadeiro, viver na floresta é ser parte dela. Eles vivem quase isolados às margens do Rio Humaitá, na região amazônica. Uma viagem de barco desde a cidade pode levar de dois dias a uma semana. A produção faz uma imersão nessas aldeias e, a partir da visão de seus habitantes, mostra como convivem com seres humanos e não-humanos — animais, plantas e espíritos — e retiram do ambiente, de forma sustentável, o necessário para produzir sua medicina e seus rituais. 

“Acho importante e necessário tratarmos dos povos originários entre os nossos temas, uma vez que nossos trabalhos abordam temas relacionados a Direitos Humanos e, dentro dessa temática, questões relacionadas a minorias, nos mais diversos aspectos. E ter esse trabalho selecionado para um importante festival em Paris é muito compensador”, afirma a diretora Tatiana Sager.

O curta tem ainda montagem de Luca AlverdiGabriel Sager Rodrigues e Tula Anagnostopoulos, trilha sonora de Lila Borges e som de Wendel Fey e Luis Alberto Muniz. O título leva o selo da Panda FilmesFalange ProduçõesAldeia Mati Txana MukayaCabiria Produções e Tucano Filmes

Haverá ainda a exibição na mostra de outro filme produzido no Rio Grande do Sul: o clássico Anahy de las Missiones, de Sérgio Silva, lançado em 1997.