O cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), está entre os sete brasileiros que poderão votar — e até mesmo ser escolhidos — para suceder o papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21), aos 88 anos.
Com papel de destaque na Igreja Católica brasileira devido à sua atuação na CNBB, Spengler representa não apenas o Rio Grande do Sul, mas também o crescimento da representatividade da América Latina na cúpula eclesiástica global. Ele participa do Conclave, que vai ocorrer nos próximos dias na Capela Sistina, no Vaticano.
Ao todo, 120 cardeais participam da eleição do novo papa. O Colégio de Cardeais conta com 252 membros registrados, mas apenas 135 possuem os critérios para participar do conclave. A escolha dos membros ocorre pelo cardeal camerlengo, o responsável por comandar a Igreja Católica temporariamente após a morte do papa.
Representatividade brasileira no conclave
Além de Spengler, outros seis cardeais brasileiros com menos de 80 anos têm direito ao voto. E, também, podem ser considerados papáveis, conforme as regras da Igreja. São eles:
- Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, de Brasília
- Cardeal João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília
- Cardeal Odilo Pedro Scherer, de São Paulo
- Cardeal Sérgio da Rocha, de Salvador
- Cardeal Orani João Tempesta, do Rio de Janeiro
- Cardeal Leonardo Steiner, de Manaus
O cardeal emérito Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, de 88 anos, também faz parte do Colégio de Cardeais. Mas não tem direito a voto por já ter ultrapassado 80 anos.
Como funciona o Conclave para a escolha do novo papa
A eleição do novo pontífice segue um rigoroso ritual que combina tradição e sigilo. Os cardeais com menos de 80 anos ficam reunidos em Roma, isolados do mundo externo para deliberar. Não há candidatura formal — qualquer cardeal (e teoricamente qualquer homem batizado) pode ser escolhido, embora a prática limite os nomes ao colégio cardinalício.
A votação ocorre com cédulas de papel, depositadas em urna. Para ser eleito, o candidato precisa obter dois terços dos votos válidos. Se nenhum nome atinge esse número, as cédulas são queimadas e uma fumaça preta sai pela chaminé da Capela Sistina, indicando que ainda não há papa.
Quando um nome é confirmado, a fumaça se torna branca, e o mundo toma conhecimento de que a Igreja Católica tem um novo líder. O cardeal mais antigo entre os diáconos anuncia o tradicional “Habemus Papam” e apresenta o nome civil e o nome papal do novo pontífice.
Ainda é cedo para definir favoritos
Embora os brasileiros estejam entre os possíveis eleitos, o processo é sigiloso e só será revelado no momento da escolha. O cardeal Dom Paulo Cezar Costa, de Brasília, afirmou que não há campanha interna e que o nome do sucessor do papa Francisco será fruto da condução espiritual do processo.