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China suspende compra de aviões da Boeing em resposta a tarifaço

Ryanair também anunciou que pode adiar entregas.

Boeing 737-800. Crédito Alec Wilson/Creative Commons
Boeing 737-800. Crédito Alec Wilson/Creative Commons

Ogoverno da China determinou que as companhias aéreas do país suspendam as entregas de aviões encomendados da empresa aeroespacial americana Boeing. A ação é uma represália pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A informação foi divulgada pela agência Bloomberg. O veículo acrescentou que Pequim também ordenou às empresas de aviação civil que suspendam as compras de equipamentos e componentes de fornecedores dos EUA.

A represália chega na esteira da decisão de Trump de elevar para 145% a alíquota total sobre a importação de produtos da China. O país reagiu com uma tarifa de 125% sobre mercadorias dos EUA, o que já seria suficiente para dificultar as aquisições de aviões da Boeing.

Com isso, Pequim deve se voltar cada vez mais às aeronaves da europeia Airbus, além de apostar no Comac C919, bimotor a jato desenvolvido nacionalmente.

“É interessante notar que eles [a China] acabaram de renegar o grande acordo com a Boeing, afirmando que não tomarão posse de aviões sobre os quais estavam totalmente comprometidos”, escreveu Trump em sua rede social.

Ao mesmo tempo, a companhia aérea irlandesa Ryanair afirmou que pode atrasar contratos com a Boeing caso o tarifaço de 20% contra a União Europeia entre em vigor. A medida está suspensa até o início de julho. A empresa tem previsão de receber 25 aviões da fabricante americana a partir de agosto.

“Podemos adiar essas entregas e esperar que o bom senso prevaleça”, salientou o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, em entrevista ao Financial Times.