"Impeachment não tem base legal", diz Dilma em entrevista à Rádio Guaíba

Durante a conversa de mais de 40 minutos com os apresentadores Juremir Machado da Silva e Taline Oppitz, do programa "Esfera Pública" ela voltou a dizer que o impeachement é um "golpe parlamentar".

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) concedeu entrevista exclusiva na tarde desta segunda-feira (27) à Rádio Guaíba, de Porto Alegre. Durante a conversa de mais de 40 minutos com os apresentadores Juremir Machado da Silva e Taline Oppitz, do programa “Esfera Pública” ela voltou a dizer que o impeachement é um “golpe parlamentar”.
“Se o impeachment está previsto na constituição, deve haver crime de responsabilidade. Ao que ao se refere ao Plano Safra nem a minha presença foi constatada [pela auditoria do Senado]”, afirmou, ao se referir a divulgação da perícia do Senado que afirmou que ela não participou das pedaladas.
Dilma criticou que a oposição não tem provas sobre um crime doloso praticado por ela. “Esse processo de impeachment não tem base legal”, declarou. Dilma afirmou, ainda, que o processo de impeachment é uma forma de eleição indireta, ainda mais se a chapa PT-PMDB for inteiramente cassada. “Nós não queremos eleição indireta no Brasil, porque é como se voltássemos à ditadura.”

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Ao ser perguntada pelo jornalista Juremir Machado da Silva, sobre a carta do vice Michel Temer, Dilma afirmou que na carta, havia ficado evidente que ele não aceitava o cargo de vice. “Ele reclamava de responsabilidades do presidente”.
Sobre o processo de impeachment, a presidente criticou as atitudes tomadas pelo presidente interino. Chamou de “nefastas” a extinção de alguns ministérios, como o da Cultura, das Políticas para as Mulheres e da falta de mulheres e negros no ministério de Temer.
Ao ser perguntada sobre a mudança do plano de governo proposto na campanha com o que foi implementado, Dilma rebateu: “O governo derrotado [o de Aécio Neves] é o que está sendo implementado pelo interino”. Dilma também criticou a política “do quanto pior, melhor” feita pela oposição em 2015.
“Criaram toda a sorte de empecilhos”, ponderou sobre a tentativa de sair da crise econômica feita pelo governo federal no ano passado e que foi, diversas vezes, barrada pelo Centrão e pela “tropa de choque” de Eduardo Cunha, presidente da Câmara afastado.

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