CULTURA

Capitólio exibe seu primeiro longa gaúcho restaurado em 4K neste sábado

Sessão marca aniversário de 10 anos da Cinemateca e resgata obra dirigida por Odilon Lopez, pioneiro negro no RS

Foto: Betina Carcuchinski/ PMPA
Foto: Betina Carcuchinski/ PMPA

Porto Alegre e Rio Grande do Sul - A Cinemateca Capitólio, tradicional cinema do Centro Histórico de Porto Alegre, exibe o primeiro longa-metragem gaúcho restaurado pela instituição. Trata-se de “Um é Pouco, Dois é Bom (1970)”, de Odilon Lopez. A exibição ocorre na semana em que o Capitólio comemora o seu 10º aniversário.

A exibição gratuita será no sábado (29), às 20h, ao ar livre, no Largo dos Açorianos. Na ocasião, a Cinemateca exibirá a cópia restaurada em 4k do filme. Este é o primeiro longa-metragem assinado por um diretor negro no Rio Grande do Sul. Antes do longa, o público poderá ver o curta Chibo, de Henrique Lahude e Gabriela Poester.

Histórico

A iniciativa é uma parceria entre a Coordenação de Cinema e Audiovisual da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre e a Fundacine RS, através do projeto RodaCine.

A restauração de Um é Pouco, Dois é Bom foi viabilizada em 2024 através de uma parceria entre a Cinemateca Capitólio, a Indeterminações, plataforma de crítica e cinema negro brasileiro, e a Mnemosine Serviços Audiovisuais. Além disso, contou com o apoio do Itaú Cultural.

O filme é produzido, roteirizado, protagonizado e dirigido por Odilon Lopez (1941-2002). Além disso, tem diálogos assinados por um jovem Luís Fernando Verissimo, então ainda em início de carreira. 

A realização da digitalização em 4K de Um é Pouco, Dois é Bom ocorreu no laboratório da Link Digital, no Rio de Janeiro. O trabalho teve a supervisão de Debora Butruce, conceituada profissional da área da preservação audiovisual. Ela é responsável pela restauração de obras importantes do cinema brasileiro como Rainha Diaba, A Hora da Estrela, Iracema, uma Transa Amazônica e A Mulher de Todos, entre outros.

Sobre o curta Chibo

Vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Cinema de Gramado em 2024, Chibo é dirigido por Henrique Lahude e Gabriela Poester. Na fronteira entre Brasil e Argentina, uma família vive às margens do rio Uruguai e trabalha com chibo – travessia clandestina de mercadorias para subsistência, comércio e pessoas. Dani, a filha mais velha, está prestes a concluir o ensino médio e enfrenta as decisões dessa fase da vida.