OPERAÇÃO PORTA FECHADA

Polícia prende 32 envolvidos em esquema de tráfico, agiotagem e lavagem de dinheiro

Operação cumpre mandados em quatro Estados e investiga ligação entre facção e empresa que abastece cantinas prisionais.

Policiais em ação durante a Operação Porta Fechada, cumprindo mandados judiciais.
Crédito: Polícia Civil / Divulgação

Rio Grande do Sul - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), uma megaoperação contra uma facção que atua a partir do Vale do Sinos. A quadrilha, que atua no tráfico de drogas, extorsões, golpes financeiros e lavagem de dinheiro. Há suspeita que uma empresa que abastece cantinas em presídios gaúchos esteja envolvida no esquema.

De acordo com a delegada Ana Flávia Leite, a operação tem como alvos investigados de envolvimento em atividades ilícitas de tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico, organização criminosa, agiotagem, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, entre outros delitos que afetam a ordem pública e a segurança da sociedade.

Conforme o delegado Alencar Carraro, reponsável por coordenar a operação Porta Fechada, as investigações tiveram início após a apreensão de 400 quilos de maconha em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. Desde então, a Polícia Civil identificou uma “rede criminosa altamente organizada”, que além do tráfico de drogas, também praticava agiotagem, extorsões e golpes financeiros.

Até as 9h15, pelo menos 32 investigados estavam presos por causa da operação, que ocorre no Rio Grande do Sul e em mais três estados brasileiros. Ao todo, a Justiça concedeu 24 mandados de prisão preventiva, 17 de prisão temporária e 45 de busca e apreensão. A ação mobiliza 200 policiais.

No RS, os policiais cumprem as ordens judiciais em Porto Alegre, Viamão, Guaíba, Canoas, Sapucaia do Sul, Esteio, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Charqueadas, Lajeado, Cruzeiro do Sul, Capão da Canoa e Erechim. Outros mandados são cumpridos em Maringá e Sarandi (PR), Cuiabá (MT), Palhoça e Passo de Torres (SC).

Empresa investigada por ligação com a facção criminosa

A investigação revelou que a facção criminosa utilizava empresas para esquentar o dinheiro do tráfico. Um dos principais alvos é a Mais Sabor Alimentos LTDA, sediada em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A empresa de alimentos possui concessão para comercializar produtos em cantinas de presídios do Rio Grande do Sul.

Conforme as investigações, a empresa realizava o abastecimento das cantinas com produtos. Mas, ao mesmo tempo, recebia transações financeiras suspeitas. Há indícios da facilitação da entrada de ilícitos nos presídios.

As suspeitas sobre a empresa ocorrem há alguns anos, desde o encontro de uma carga de cocaína e maconha escondida em potes de achocolatado em 2021. Também houve, conforme a polícia, a apreensão de um revólver em um caminhão da empresa no mesmo ano.

Em novembro de 2024, a Justiça determinou a suspensão do serviço da empresa na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul. Haviam suspeitas de irregularidades e falta de transparência nas movimentações financeiras da Mais Sabor.

A empresa deve se manifestar publicamente após o término das investigações.