CUSTO DE VIDA

Inflação recua 0,03% em Porto Alegre apesar de aumento dos alimentos

Na capital gaúcha, energia elétrica caiu 16,91% com Bônus de Itaipu e puxou o índice para baixo; no Brasil, a inflação foi de 0,16%.

Barracas da Feira Livre no Largo Zumbi dos Palmares em Porto Alegre, exibindo uma variedade de legumes e cebolas frescas
Crédito: Foto: Mateus Raugust/PMPA

Porto Alegre - A inflação em Porto Alegre registrou variação de -0,03% em janeiro, conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice ficou abaixo da média nacional, que foi de 0,16%, e acumula 3,41% nos últimos 12 meses, inferior à média do país (4,56%).

O principal fator para a estabilidade com tendência de queda na Capital gaúcha foi o grupo Habitação (-3,45%), impactado pela redução de -16,91% na energia elétrica residencial devido ao Bônus de Itaipu, que reduziu tarifas na conta de janeiro.

Por outro lado, Alimentação e bebidas (1,00%) e Transportes (0,19%) pressionaram a inflação em Porto Alegre. O aumento nos preços da cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%) elevou o custo da alimentação. Além desses, a cebola (7,52%) e o açúcar refinado (3,12%) também registraram alta, impactando o orçamento das famílias.

Entretanto, alguns alimentos tiveram redução nos preços, contribuindo para amenizar o impacto na inflação. A batata-inglesa (-9,12%) foi o item com maior queda, seguida pelo leite longa vida (-1,53%) e pelo arroz (-0,87%). A carne bovina (-0,42%), que vinha acumulando sucessivos aumentos, também apresentou leve recuo no mês.

Brasil tem menor IPCA para janeiro desde 1994

No cenário nacional, a inflação de janeiro foi de 0,16%, o menor índice para o mês desde a criação do Plano Real. O número ficou 0,36 ponto percentual abaixo do registrado em dezembro (0,52%).

O grupo Transportes (1,30%) teve a maior alta, impulsionado pelo aumento das passagens aéreas (10,42%). Já o grupo Alimentação e bebidas (0,96%) subiu devido ao aumento de itens como cenoura (36,14%) e tomate (20,27%).

A principal queda foi no setor de Habitação (-3,08%), puxado pelo recuo de -14,21% na energia elétrica residencial, também reflexo do Bônus de Itaipu.

Entre as capitais analisadas pelo IBGE, Aracaju (0,59%) teve a maior variação, enquanto Rio Branco (-0,34%) registrou a menor, influenciada pela forte redução na conta de luz (-16,60%).

Inflação ao Consumidor

Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, ficou estável em 0,00% no mês e acumula 4,17% nos últimos 12 meses.

Especialistas indicam que os próximos meses podem ser influenciados pelos reajustes no setor de educação, além das variações nos preços de alimentos e combustíveis.