O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (10) a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. A medida atinge produtos de qualquer país, inclusive o Brasil, que é um dos maiores fornecedores dos produtos para os estadunidenses.
Em 2024, o Brasil só ficou atrás do Canadá em exportações de aço para o mercado dos Estados Unidos. Além disso, segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil, os produtos semi-acabados de ferro ou aço estão em segundo lugar entre os produtos com maior entrada no país presidido por Donald Trump. Em números absolutos, em 2024, as exportações chegaram a U$ 3,5 bilhões.
Aguardo por posicionamento
Até esta segunda-feira (10), o governo brasileiro disse que aguardava o governo dos Estados Unidos oficializar a taxação para se manifestar sobre o tema. O comunicado veio através do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Além disso, na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse cogitar aplicar a reciprocidade. Assim, o Brasil poderia aumentar também as taxas sobre produtos estadunidenses.
Indústria interna, imigração e arrecadação
Ao assinar a ordem no Salão Oval, Trump disse que “este é um grande momento, o começo de tornar a América rica novamente”. O presidente alega que o objetivo é fortalecer as indústrias siderúrgica e de alumínio do país, além de combater a concorrência supostamente desleal de nações estrangeiras.
Trump, que defende o uso de tarifas como ferramenta de negociação, argumenta que as medidas são necessárias para conter a imigração ilegal e o tráfico de fentanil. Ele também alega que as tarifas impulsionarão a arrecadação do governo.
Nova tentativa
Trump já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio em seu primeiro mandato, concedendo isenções apenas a alguns parceiros comerciais. Neste mês, ele autorizou novas tarifas sobre produtos do México, Canadá e China.
Mas na semana passada, após negociações, chegou a um acordo para adiar por 30 dias uma tarifa de 25% sobre importações do México e do Canadá. Também teve adiamento um imposto adicional de 10% sobre petróleo, gás natural e eletricidade canadenses.