A inflação de 4,83% registrada em 2024 foi impactada pela combinação de alta do dólar, commodities caras e um mercado interno aquecido, segundo o BC (Banco Central). Em uma carta divulgada nesta sexta-feira (10), o BC explicou que esses fatores foram decisivos para o índice ultrapassar o teto da meta de inflação, que era de 4,5%.
O documento destaca que o dólar valorizado contribuiu com 1,21 p.p. (ponto percentual) para o desvio, impulsionando o preço de bens industriais e combustíveis. A inflação também refletiu o crescimento econômico do Brasil, com o PIB subindo 3,5% e o desemprego recuando para 6,5%, o menor nível da história.
O que pressionou a inflação?
De acordo com o Banco Central, os fatores que mais impactaram os preços em 2024 foram:
- Alta do dólar: A desvalorização do real em 19,7% fez do Brasil a moeda emergente mais depreciada do ano, afetando o custo de importados e combustíveis.
- Clima e alimentos: A seca aumentou os preços de commodities agrícolas, levando a uma inflação de 8,22% na alimentação em casa.
- Mercado aquecido: A alta demanda interna elevou os preços de serviços e bens industriais, mesmo com desaceleração na inflação de serviços gerais para 4,77%.
- Combustíveis: A gasolina subiu 9,7%, pressionada pelo dólar e pela alta de impostos.
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DADOS DO IPCA
Inflação no Brasil fecha 2024 com alta de 4,83%; Porto Alegre registra menor índice do país
O IPCA acumulado em 2024 foi de 4,83%, impulsionado pelos grupos Alimentação, Saúde e Transportes. Porto Alegre teve o menor índice, com 3,57%.
Inflação em alimentos pesou no bolso
O setor de alimentos e bebidas foi um dos mais afetados, com alta de 8,22% em 2024. A seca no Brasil impulsionou os preços de carnes e outras commodities agrícolas, enquanto o aumento das exportações reduziu a oferta interna.
Nos combustíveis, a gasolina foi o destaque, acumulando alta de 9,7% mesmo com a queda de 5,4% nos preços internacionais do petróleo, devido à alta do dólar e do etanol anidro.
Cenário econômico aquecido também impactou
Embora fatores externos tenham pesado, o BC ressaltou que o aquecimento da economia brasileira teve papel decisivo na alta de preços. Com o PIB crescendo 3,5%, a forte demanda interna impulsionou a inflação, especialmente no setor de serviços e bens industriais, que tiveram altas de 2,89% em 2024.
