Para dar sobrevida ao arcabouço fiscal, o ministro da Fazenda Fernando Haddad anunciou uma série de medidas econômicas na noite desta quarta-feira (27). De acordo com o pronunciamento, o pacote representa “uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos”. Ou seja, até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma das medidas – que vão ainda ser detalhadas nesta quinta-feira (28) – prevê a limitação do aumento do salário mínimo. O pacote também prevê mudanças nas regras abono salarial e na previdência de militares, além de taxar quem recebe mais de R$ 50 mil reais por mês (R$ 600 mil ao ano).
“Quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados”, disse o ministro.
Na contramão do ajuste fiscal
Na contramão das medidas de corte de gastos, o governo vai cumprir uma promessa de campanha de Lula. É a de isenção do IR (Imposto de Renda) quem ganha até R$ 5 mil por mês. Com a medida, o governo abre mão de R$ 35 bilhões em arrecadação.
As expectativas em relação a essa medida provocaram um dia de nervosismo para o mercado financeiro. O dólar superou chegou a 5,912, com alta de R$ 0,106 (+1,8%) e fechou na maior cotação do Plano Real. A Bolsa de Valores caiu mais de 1,5% e ficou abaixo dos 128 mil pontos.