A OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), fundação vinculada à Sedac (Secretaria de Estado da Cultura), aproxima-se do final da temporada com muitas atrações em sua sede.
Com regência de Daniel Geiss e solos da cantora Eiko Senda, o concerto “Wagner & Strauss” acontece no sábado, 30 de novembro, às 17h. Os ingressos podem ser encontrados no Sympla, por valores entre R$ 10 e R$ 50.
Em seguida, no domingo, 1º de dezembro, às 18h, é a vez do Trio Sonare apresentar o último recital do ano da Série Música de Câmara. A entrada é franca.
Por fim, ambas apresentações ocorrem no Complexo Cultural Casa da OSPA (CAFF – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre, RS). No sábado, o evento é na Sala Sinfônica. Já no domingo, o recital será na Sala de Recitais.
Sobre o concerto Wagner & Strauss
Combinando dois mestres do romantismo tardio, a OSPA apresenta no sábado (30/11) o concerto “Wagner & Strauss”. Assim, a apresentação está inserida na programação comemorativa ao Bicentenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul.
O maestro alemão Daniel Geiss, diretor musical da Philharmonie Neubrandenburg e do Theatre Neubrandenburg/Neustrelitz, é o convidado para reger a Orquestra. “Basicamente cresci ouvindo Wagner e Strauss, pois todos os verões meu pai tocava na Orquestra do Festival de Bayreuth, e mais tarde eu também atuei na orquestra por 10 anos”, conta o maestro, referindo-se ao famoso festival que foi criado pelo próprio Richard Wagner (1813-1883) para divulgar suas obras.
Dessa forma, de Wagner, a OSPA executa partes de óperas que costumam ser também apresentadas em forma de concerto: abertura de “O Navio Fantasma”; prelúdio de “Lohengrin”; “Prelúdio” e “Morte de Amor”, de “Tristão & Isolda”.
O programa também inclui “Quatro Últimas Canções”, compostas por Richard Strauss (1864- 1949) aos 84 anos. Após a estreia póstuma, em 1950, elas se tornaram um dos mais famosos ciclos de canções do repertório lírico. A soprano japonesa radicada no Brasil Eiko Senda participa como solista tanto das quatro canções de Strauss quanto em “Morte de Amor”, de “Tristão e Isolda”. “São obras que tratam do tema da morte e da impermanência”, observa a cantora lírica.
“Sem dúvida, este é um programa onde o êxtase e o sublime estarão presentes”, comenta o jornalista Milton Ribeiro, que fará a introdução ao repertório do dia na palestra Notas de Concerto, marcada para às 16h.
Sobre o recital do Trio Sonare
A Série Música de Câmara encerra a sua programação de 2024 com um recital do Trio Sonare, composto por Diego Grendene (clarinete), Vladimir Romanov (viola) e Olinda Allessandrini (piano). No programa, duas obras raramente tocadas para esta formação incomum de “clarinete-viola-piano”, como explica Olinda:
“Esta formação é muito interessante, pois o clarinete e a viola tem a mesma amplitude de som. O que difere é a sonoridade dos dois instrumentos. E tanto Mozart como Bruch foram geniais nesta combinação sonora. E claro, o piano está em constante diálogo com os outros dois instrumentos, e também oferece a base harmônica.” O evento inicia às 18h, no domingo (24/11), na Sala de Recitais da Casa da OSPA. A entrada é franca.
O compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (175-1791) foi o primeiro a escrever para esta formação. Assim, dele, o grupo interpreta “Trio para clarinete, viola e piano, K. 498” (ou “Trio Kegelstatt”), escrito em 5 de agosto de 1786, em Viena. Na época, o clarinete ainda era um instrumento relativamente novo e Mozart se dedicou a explorar seus recursos expressivos e promover a sua popularidade.
Depois, o Trio Sonare executa quatro trechos de “Oito peças para clarinete, viola e piano, op. 83”, compostas em 1910 pelo alemão Max Bruch (1838-1920). Segundo Olinda, o compositor cria melodias envolventes enquanto “utiliza com grande conhecimento os recursos de sonoridades dos três instrumentos.”