CASO SARAH

MP-RS denuncia quatro pessoas pelos homicídios de estudante da UFRGS e de dono de mercado em Porto Alegre

O crime ocorreu na Ilha das Flores. Conforme o MP-RS, alvo era o comerciante, que era entrevistado pela estudante no momento do crime

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

O MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) denunciou, na quinta-feira (21), quatro pessoas pelos homicídios de uma estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e do dono de um mercado. Eles chamavam-se, respectivamente, Sarah Silva Domingues, de 28 anos, e Valdir dos Santos Pereira, de 53.

O crime ocorreu no dia 23 de janeiro deste ano na Ilha das Flores, em Porto Alegre. Na ocasião, homens que passavam em uma moto pelo local onde as vítimas estavam atiraram contra a universitária e o comerciante e os atingiram.

Conforme o MP-RS, o alvo da emboscada era o dono do mercado. Isso porque ele não queria que o tráfico tomasse conta da comunidade onde residia. Já a estudante, estava entrevistando o comerciante para um trabalho de conclusão da faculdade.

Dessa forma, no momento do crime, os suspeitos efetuaram pelo menos 15 tiros. Em fevereiro, a polícia prendeu alguns suspeitos, que são integrantes de uma facção, mas parte foi solta posteriormente. Em seguida, ainda no início do ano, o MP-RS ouviu e prestou apoio a familiares, incluindo a mãe, da vítima através da Central de Acolhimento às Vítimas e Familiares de Crimes e Atos Infracionais.

A denúncia

A promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari, da Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Porto Alegre, foi quem ofereceu a denúncia. Os denunciados são um apenado, o mandante, a irmã dele, que intermediou a comunicação para a realização do crime, e mais dois presidiários, que cuidavam a movimentação do alvo.

As denúncias são, por fim, de duplo homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas, através da utilização de arma de fogo de uso restrito.

“São graves crimes que ceifaram a vida de duas pessoas, uma delas, uma jovem que estava fazendo um trabalho para tratar das enchentes na região das ilhas, que era o trabalho de conclusão da Sarah. Infelizmente, até o momento, foi possível apurar de forma bastante clara, através de provas de extrações de dados de celulares, quem ordenou e organizou o crime, mas ainda são necessárias algumas diligências complementares e informações para descobrir os executores. Além disso, importante salientar o exaustivo trabalho da Polícia Civil”, ressalta a promotora.