A Justiça condenou quatro transportadores a mais de 10 anos de prisão por adulteração de leite com soda cáustica, além de associação e organização criminosas. A decisão resulta da Operação Leite Compen$ado 3, que ocorreu em novembro de 2013 no município de Três de Maio, no Noroeste do Estado. Na ocasião, a ofensiva cumpriu cinco mandados de busca e apreensão.
Conforme o MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), autor da denúncia, o líder do grupo criminoso, preso na época por porte ilegal de arma de fogo, recebeu uma pena de 12 anos, cinco meses e 10 dias de prisão. Além disso, a esposa recebeu uma pena de 10 anos e oito meses de reclusão, mesma pena que receberam os sobrinhos do casal.
Todos deverão pagar multas e o cumprimento inicial da pena é em regime fechado. Mas eles terão o direito de recorrer em liberdade.
Operação Leite Compen$ado 3
Dos 31 processos criminais instaurados nas 12 Operações Leite Compen$ado, contra fraudadores do produto em todas as regiões do Estado, 12 ainda continuam em tramitação, sem qualquer possibilidade de julgamento breve. Quem descreve é o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre e um dos responsáveis pela investigação.
“Em um destes processos, o investigado principal, também conhecido como “o alquimista do leite”, já havia sido condenado em 2006 pelos mesmos crimes. Decorridos mais de 10 anos, ele continua sem qualquer reprovação, certamente fazendo poções mágicas para alguma outra indústria criminosa”, afirma.
Na ocasião desta terceira fase da operação, a ofensiva apreendeu 50 litros de água oxigenada, 100 litros de soda cáustica, 50 litros de um outro tipo de ácido e um saco de aproximadamente 12 quilos de bicarbonato de sódio. As autoridades também recolheram o revólver calibre 32 do transportador condenado. Além disso, na residência dele, a operação encontrou diversas notas fiscais comprovando a compra de produtos químicos.
Por fim, participaram da operação Leite Compen$ado 3 os promotores de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, da Promotoria de Defesa do Consumidor, e Pablo da Silva Alfaro, da Promotoria de Três de Maio, na época, além de técnicos do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e da Receita Estadual.