OPERAÇÃO ILLUSIO

Cinco são presos por "golpe do bilhete" em Canoas

A investigação apura crimes de receptação, estelionato e associação criminosa em Canoas, na região metropolitana.

Crédito: Polícia Civil / Divulgação
Crédito: Polícia Civil / Divulgação

Cinco indivíduos estão presos por aplicarem o “golpe do bilhete premiado” em Canoas, na região metropolitana. As prisões ocorreram na quinta-feira (24), mas só vieram a público nesta sexta.

Chamada de Operação Illusio, a investigação é da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, coordenada pela delegada Luciane Bertoletti. A investigação apura crimes de receptação, estelionato e associação criminosa.

Cinco indivíduos, oriundos de Passo Fundo, aplicavam o golpe em Canoas. Com eles, a polícia encontrou quantias em dinheiro, incluindo moeda estrangeira, entorpecentes e material para a aplicação do golpe.

A polícia encontrou, em quatro carros apreendidos, máquinas de cartão de crédito, bilhetes da Loteria Federal. Além disso, haviam envelopes coloridos, comumente utilizados na entrega dos bilhetes às vítimas.

Conforme a delegada Luciane, na execução do golpe, os criminosos utilizam veículos e, pelo menos, três personagens, sendo um deles o detentor do falso bilhete premiado. Ele permanece no local escolhido pelo grupo até o momento em que visualiza uma vítima em potencial. 

Segundo ela, o grupo oriundo da Passo Fundo, estava no região para aplicar o golpe. Um dos presos nesta quinta havia sido liberado na última terça-feira (22) pelo mesmo golpe em Caxias do Sul.

Como é o golpe do bilhete premiado

No golpe do bilhete premiado os criminosos estão em grupos de três ou quatro elementos, agindo de forma presencial. Eles se aproximam das vítimas, em ruas públicas, muitas vezes naquelas de pouco movimento.

Durante a abordagem, um dos acusados fingia ser cidadão humilde, do interior, simulando ser analfabeto. Partindo desta encenação, o criminoso pedia informações da vítima, dando endereço falso e portando um bilhete. Na sequência, um segundo golpista, bem vestido e articulado, passava a dialogar com a pessoa humilde se colocando à disposição para ajudar.

Esse segundo criminoso oferecia ajuda ao detentor da suposta cédula, entrando em contato com um terceiro integrante do grupo de golpistas, que se passava por gerente da Caixa Econômica Federal e, diante da vítima, confirmava que os números constantes no bilhete portado pelo primeiro indivíduo eram sorteados.

Após isso, o terceiro comparsa passava as orientações para retirada do prêmio. Depois, o golpista que se passa por humilde promete dar à vítima e ao comparsa parte do prêmio. Dessa forma, eles convencem a vítima entravam em um carro, momento em que solicitam uma “garantia” para pagamento do tal bilhete premiado.

Em algumas situações, a própria vítima repassa os valores para a conta de um dos criminosos, responsável pelo recebimento do suposto prêmio. Assim, sacava os valores ou entregava aos criminosos o cartão bancário e senha, para que eles mesmos o fizessem.

Feito o repasse do dinheiro, os golpistas associados despistavam a vítima, pedindo-lhe, por exemplo, para que descesse do carro ou para que comprasse uma bebida em algum estabelecimento e, logo depois, fugiam do local. Para a vítima do golpe só sobrava o prejuízo financeiro.