Nesta sexta-feira (11), celebra-se o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, uma data crucial para alertar a população sobre os riscos do sobrepeso e da obesidade. A doença crônica pode levar a uma série de outros problemas de saúde como, por exemplo, diabetes tipo 2 e hipertensão.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, até 2025, cerca de 700 milhões de pessoas no mundo estarão convivendo com essa condição.
No Brasil, o cenário é igualmente preocupante: pesquisadores preveem que, em menos de 10 anos, 7 em cada 10 brasileiros estarão com sobrepeso, e 1 em cada 4 será obeso. Esses números reforçam a necessidade urgente de campanhas de conscientização e maior acesso a tratamentos.
O cirurgião bariátrico Rodrigo Menguer, do Hospital Dom João Becker, destaca o desconhecimento generalizado sobre a obesidade ser uma doença crônica.
“Mesmo com os avanços em tratamentos, como medicamentos e a cirurgia bariátrica, muitos ainda não têm acesso a essas opções devido a limitações do sistema público de saúde ou altos custos”, explica Menguer.
Causas da obesidade
A obesidade é uma condição complexa, resultante de fatores genéticos, ambientais, de estilo de vida e psicológicos. “Mais da metade dos adultos brasileiros já está com peso acima do ideal. Precisamos utilizar datas como esta para refletir e encontrar soluções eficazes”, afirma Antonio Weston, superintendente do Dom João Becker. O hospital, localizado em Gravataí, abriga um núcleo do CTO (Centro de Tratamento da Obesidade), da Santa Casa.
Alimentação e ganho de peso
Tanto a qualidade quanto a quantidade dos alimentos são fatores determinantes no ganho de peso. Carboidratos, gordura saturada e alimentos ultraprocessados são os principais vilões da dieta moderna, mesmo quando consumidos em pequenas quantidades. “O excesso calórico, seja pela má qualidade dos alimentos ou por grandes quantidades, leva ao acúmulo de gordura”, alerta Menguer.
Alguns países já adotaram políticas mais rígidas contra o consumo de alimentos ultraprocessados, mostrando resultados promissores. No México, por exemplo, uma taxação elevada sobre bebidas açucaradas reduziu significativamente o consumo desde 2014. No Chile, a restrição da publicidade de ultraprocessados e a rotulagem de advertência implementadas em 2016 contribuíram para mudanças nos hábitos alimentares da população.
Avanços no tratamento da obesidade
A medicina tem avançado no tratamento da obesidade. Medicamentos como Ozempic e Wegovy são opções eficazes para controlar a fome e promover a saciedade. No entanto, não são medicamentos baratos e acessíveis a toda a população.
Além disso, técnicas cirúrgicas como o Bypass Gástrico e a Gastrectomia Vertical tem alta eficácia no controle do peso e de doenças associadas, como diabetes tipo 2 e hipertensão.
“A cirurgia bariátrica pode resultar em uma redução de 30% a 40% do peso corporal total no primeiro ano, mas requer um acompanhamento multidisciplinar para garantir o sucesso“, conclui Menguer.