CHUVA PRETA

Fepam divulga impacto das queimadas na água da chuva de setembro

Além da análise da água, a Fepam continua realizando, diariamente, análise da qualidade do ar e divulgando os resultados no site da fundação

Crédito: reprodução de vídeo / Agora RS
Crédito: reprodução de vídeo / Agora RS

A Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) divulgou, na noite desta segunda-feira (16), o resultado de análises do impacto das queimadas na água da chuva que caiu na última semana em Porto Alegre. As amostras são da quinta (12) e da sexta-feira (13), mais especificamente do Bairro Partenon.

Para a ação, a Fepam mediu pH, turbidez, condutividade, salinidade, OD (oxigênio dissolvido) e ORP (potencial de oxirredução).

“Os resultados das análises não indicam haver quantidade significativa de partículas finas, o que sugeriria a presença de fuligem das queimadas. As medições de turbidez, que mostram a presença de sólidos em suspensão, foram relativamente baixas”, diz o comunicado.

A Fepam diz também que, embora a água da chuva seja uma matriz muito limpa e não esteja geralmente nos estudos da Divisão de Laboratórios da fundação, a atual situação das queimadas levou à mobilização de recursos do laboratório. O objetivo é fornecer alertas sobre possíveis impactos.

Enquanto as queimadas continuarem a afetar o Estado, a Fepam continuará monitorando a água da chuva com base nos parâmetros analisados. A equipe técnica da Divisão de Laboratórios avaliará a necessidade de análises adicionais conforme a quantidade de material detectado na água da chuva.

Além da análise da água, a Fepam continua realizando, diariamente, análise da qualidade do ar e divulgando os resultados no site da fundação.

Previsão do tempo para o Rio Grande do Sul

Uma das principais causas da fumaça vista no Rio Grande do Sul nos últimos dias é a influência dos ventos. Quando os ventos sopram predominantemente do quadrante Norte, eles transportam a fumaça das queimadas e incêndios na região Central do país para o nosso Estado.

De acordo com a Sala de Situação da Sema, é possível que o céu volte a ter a presença de fumaça nos próximos dias, especialmente a partir de quarta (18) e quinta-feira (19). Isso ocorrerá porque os ventos do Norte do país voltarão a atuar na região, facilitando novamente o transporte da fumaça para o território gaúcho.

Em seguida, na sexta-feira (20), devido à passagem da frente fria, essa condição deve reduzir. Sobre a possibilidade de chuva preta, não é possível afirmar com precisão se ocorrerá.

Entendendo a “chuva preta”

A “chuva preta” ocorre quando partículas de material, como fuligem proveniente das queimadas, estão suspensas no ar e são transportadas pelas gotas de chuva até o solo. De acordo com a Divisão de Monitoramento da Fepam, quando há combustão incompleta de materiais orgânicos, como ocorre em queimadas descontroladas, formam-se partículas finas de carbono negro e outros compostos, em vez de simples dióxido de carbono e vapor d’água.

Essas partículas, especialmente as PM2,5 (partículas com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros), podem permanecer no ar por longos períodos e percorrer grandes distâncias, ocasionando o céu cinza, observado na última semana na região de Porto Alegre.