CRISE NA VENEZUELA

Opositor de Maduro deixa Venezuela para exílio na Espanha

A operação diplomática que resultou na saída da Venezuela de Edmundo González Urrutia teria começado há duas semanas.

Crédito: reprodução / @EdmundoGU no X (ex-Twitter)
Crédito: reprodução / @EdmundoGU no X (ex-Twitter)

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, confirmou que Edmundo González Urrutia, ex-candidato de oposição a presidente da Venezuela, pediu asilo político. Ele deixou o país sul-americano e deve permanecer no exílio em território espanhol.

Em uma publicação nas redes sociais, Albares declarou que o opositor de Nicolás Maduro teve sua solicitação “processada e concedida” pelo governo local. González que viajou até Madri em um avião da Força Aérea Espanhola .

A operação diplomática que resultou na saída da Venezuela de Urrutia teria começado há duas semanas. De acordo com informações da imprensa europeia, o ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero exerceu um papel fundamental no processo.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, definiu o opositor de Maduro, que se refugiou na embaixada espanhola em Caracas, como “um herói”. Ele, portanto, garantiu que Madri não o abandonaria.

Dia triste para a democracia

O alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, informou que a saída de González Urrutia de seu país natal marca “um dia triste para a democracia” em Caracas. Para ele, o fato aconteceu “perante a repressão, a perseguição política e as ameaças diretas à sua segurança e liberdade”.

“A UE insiste que as autoridades venezuelanas ponham fim à repressão, às detenções arbitrárias e ao assédio e libertem os presos políticos”, afirmou Borrell.

O ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp, revelou que o opositor ficou hospedado secretamente na embaixada holandesa em Caracas. Gonzáles ficou no local durante mais de um mês, após ter feito um “pedido urgente”.

González Urrutia, de 75 anos, tinha um mandado de prisão pendente na Venezuela por vários crimes. Dentre eles, “incitamento à desobediência” e “conspiração”, ligados aos protestos ocorridos após as eleições presidenciais. O ex-candidato não compareceu a três convocações para depoimentos e, por isso, decidiu ir ao exílio.

A vitória do presidente Maduro no pleito de 28 de julho foi proclamada pela Justiça e pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). No entanto, o resultado tem contestação dos opositores e por grande parte da comunidade internacional.