Dólar fecha abaixo de R$ 3,45 pela primeira vez em quase um mês

Em mais um dia de queda, a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 3,45 pela primeira vez em quase um mês. O dólar comercial encerrou esta terça-feira (7) vendido a R$ 3,448, com queda de R$ 0,042 (-1,2%). A moeda está na menor cotação desde 11 de maio (R$ 3,446).
O dólar começou o dia com pequena alta, mas reverteu a tendência no meio da manhã e caiu ainda mais a partir das 15h, após a aprovação, pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, da nomeação de Ilan Goldfajn para presidência do Banco Central. A divisa acumula queda de 4,5% apenas em junho e de 12,7% em 2016.

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Na Bolsa de Valores, o dia foi marcado pela recuperação. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, subiu 0,11%, para 50.488 pontos. Ontem (6), o indicador tinha caído 0,37% após três altas seguidas.
Nesta terça, o BC não interveio no câmbio para segurar a queda do dólar. Além do cenário interno, a cotação foi influenciada pelo cenário internacional. Os preços do barril do petróleo subiram para os maiores níveis desde em oito meses. O barril do tipo Brent fechou vendido a US$ 51,50, acima de US$ 51 pela primeira vez desde o início de outubro do ano passado.
A recuperação do preço do petróleo ajuda países exportadores de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) como o Brasil. Com as exportações brasileiras mais caras, mais dólares entram no país, empurrando a cotação para baixo.

Senado aprova indicação de Ilan Goldfajn para o Banco Central

Ilan Goldfajn vai substituir Alexandre Tombini no comando do Banco Central. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (7) o nome do economista Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central. A indicação recebeu 56 votos favoráveis e 13 contrários, a maior parte deles dos senadores de oposição que compunham a base do governo de Dilma Rousseff. Foi registrada uma abstenção. A votação foi secreta.
Entre o que votaram contra a indicação está o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que se queixou da iniciativa do presidente interino Michel Temer de mudar o comando do Banco Central antes que o processo de impeachment seja concluído.
“Eu quero manifestar nosso voto contra a indicação. Para nós está muito claro, é um absurdo haver a modificação do presidente do Banco Central em um governo interino. Daqui a dois ou três meses, nós vamos ter o julgamento [do processo de impeachment] no Senado. Imagina a presidente Dilma voltando, nós vamos ter a alteração do presidente do BC novamente?”, questionou.
Entre os defensores de Goldfajn, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lembrou que o nome do economista foi um dos pouco com alta convergência entre as indicações feitas por Michel Temer para seu governo. “A aprovação do seu nome por este Senado Federal, a meu ver, é uma sinalização extremamente positiva no caminho daquilo que é essencial na nossa política econômica e que havíamos perdido ao longo dos últimos anos: previsibilidade, clareza de qual é o rumo, qual o caminho que deveremos percorrer na condução do guardião da nossa moeda, na condução do Banco Central”, afirmou. O economista vai substituir Alexandre Tombini no comando do Banco Central.
Ilan Goldfajn foi sabatinado hoje mais cedo na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde teve o nome aprovado, com 19 votos a favor e 8 contra. Na oportunidade, o economista destacou que a política monetária, conduzida pelo Banco Central, é complementar à política fiscal. Goldfajn sinalizou o comprometimento do governo com a estabilidade fiscal para permitir a volta da confiança.
Ao fim da sabatina, ele reafirmou que pretende atingir o centro da meta de inflação, hoje em 4,5%, em um horizonte não distante. O economista indicado para a presidência do Banco Central destacou também que a estratégia para fazer a dívida se estabilizar tem a ver com vários componentes. Um deles é “enfatizar” as despesas, que têm subido nos últimos anos. Deve-se considerar ainda, segundo ele, as receitas, as taxas de juros e o estoque da dívida, entre outras.