2º TURNO

Partidos de centro e esquerda bloqueiam vitória de Le Pen na França

Os dados finais de apuração confirmaram as projeções divulgadas pouco tempo depois do fechamento das urnas.

O segundo turno das eleições legislativas na França tiveram uma reviravolta neste domingo (7). A aliança de esquerda NFP (Nova Frente Popular) e os partidos de centro bloquearam o bloco de extrema direita liderado por Marine Le Pen, que se tornou a terceira força.

O RN (Reunião Nacional), que também possui Jordan Bardella como um de seus principais nomes, ficou atrás até mesmo da coalizão do atual presidente do país, Emmanuel Macron.

Os dados finais confirmaram as projeções divulgadas pouco tempo depois do fechamento das urnas. A Nova Frente Popular, união de legendas de esquerda, obteve 182 cadeiras; o Juntos, de centro, ficou com 168 e a Reunião Nacional, de extrema direita, 143.

Com essa quantidade, apesar do quase certo triunfo, a esquerda não conseguirá formar maioria para indicar um primeiro-ministro, já que precisaria de pelo menos 289 cadeiras.
A partir de agora, Macron e a NFP deverão iniciar intensas negociações.

Após a divulgação das primeiras projeções, Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda, proclamou que a Nova Frente Popular “deve governar” e que os franceses “rejeitaram a pior solução”.

“A extrema direita está longe da maioria. O resultado eleitoral é o resultado de um magnífico esforço de mobilização. Macron deve se curvar e admitir que foi derrotado, o primeiro-ministro deve ir embora”, acrescentou. Pouco tempo depois, o primeiro-ministro do país, Gabriel Attal, afirmou que entregará sua demissão na próxima segunda-feira (8).

Já o chefe de Estado celebrou que o “bloco centrista está vivo” e pediu “cautela”, pois os resultados não respondem à questão de “quem deve governar”. Raphael Glucksmann, que comanda a esquerda moderada do país, alertou que, diante de uma “Assembleia Nacional dividida”, todos precisarão “se comportar como adultos”.

Bardella, que era cotado para ser premiê caso o RN obtivesse maioria, analisou que a legenda “alcançou o resultado mais importante de toda a sua história”, mas lamentou que “perigosos acordos eleitorais” tenham privado a população de uma “política de recuperação”.

O histórico pleito em território francês registrou a taxa de participação mais alta em 40 anos, com uma estimativa de 67% de eleitores que compareceram às urnas.