APÓS CRÍTICAS

Estado estuda melhorias no programa de incentivo à adoção de animais resgatados

Ontem (25), governo havia anunciado um projeto que previa incentivo em dinheiro para quem adotasse um animal resgatado. Iniciativa recebeu críticas de entidades

O governo do Estado se reuniu, na tarde desta quarta-feira (26), com entidades ligadas à causa animal. A discussão se deu em torno do projeto divulgado pelo executivo, que previa incentivo financeiro para pessoas que adotassem animais resgatados nas enchentes.

O projeto de lei preveria pagamento R$ 450 por animal adotado, sendo que cada pessoa poderia adotar até dois animais. O valor previsto considerava gastos básicos de cuidados com animais de estimação durante seis meses.

O anúncio do projeto gerou reações negativas nas redes sociais. Em seguida, entidades de proteção vieram a público ratificar as críticas. Uma delas veio do GRAD Brasil (Grupo de Resposta a Animais em Desastres), um grupo de voluntários ligado à causa animal com atuação em todo país.

As entidades alegaram que não houve consulta aos especialistas na área para definir os critérios do projeto. “O GRAD não participou da criação deste projeto, e vários pontos são vistos com grande preocupação. Como por exemplo, qual o perfil dos adotantes? Quem irá fiscalizar após a adoção? De onde será retirado esse recurso para incentivar as adoções?”, questionou a fundadora do grupo, a médica veterinária, Carla Sássi.

Assim, o GRAD argumentou que programas de incentivo devem existir. Porém, o incentivo financeiro pode levar a um ciclo de abandono através de adoções não responsáveis, diz o grupo.

Reunião de hoje

Leite assegurou aos participantes que o governo já vem realizando medidas, como a castração, a microchipagem e feiras de adoção – Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom

A conversa entre governo e entidades previu aprimorar o projeto de incentivo a adoções dos animais resgatados. O governador Eduardo Leite disse que está empenhado em resolver a situação, com medidas como a castração e a microchipagem, já em andamento, e feiras de adoção.

Da parte das entidades, o presidente do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária), Mauro Antônio Corrêa Moreira, ressaltou que é fundamental pensar nos próximos passos. “Tivemos avanços significativos nas políticas públicas, como a microchipagem e a castração, que são passos importantes no caminho da adoção, mas precisamos pensar no que é necessário fazer a seguir”, afirmou.

Com as sugestões apresentadas, a equipe técnica do governo vai trabalhar de forma integrada com as entidades e encaminhar novas soluções para a causa animal. Por fim, após a reunião, GRAD e governo do RS publicaram um vídeo. O governador Eduardo Leite garantiu que projeto passará por alterações, levando em consideração as demandas das entidades da causa animal.