Vinte e seis pessoas foram presas, durante esta sexta-feira (14), em uma operação do MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) em três cidades do RS e de outros três estados. A Operação Contas Abertas visou combater a lavagem de dinheiro, o tráfico de armas e de drogas de uma organização criminosa gaúcha, que tem ramificações em várias cidades e também em outros Estados, bem como atacar as finanças dos investigados.
Além disso, a ofensiva apreendeu 25 veículos e cinco imóveis e bloqueou 274 contas bancárias. Os agentes cumpriram a maioria das ordens, ao todo eram 50 alvos, em Bento Gonçalves, cidade da Serra que servia de base da organização. Porém, houve ações também em Carlos Barbosa, São Valentim do Sul, Guaporé e Barros Cassal, além de outros locais em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
“Uma região como esta da Serra, que é turística, estava sendo atingida pela ação de uma organização criminosa, com atuação em outras regiões também. Então, é por isso que estivemos nesta sexta-feira realizando uma das maiores operações do ano. Junto com demais órgãos, prendendo criminosos e apreendendo bens adquiridos por eles”, disse o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz.
Mandados em presídios
Além disso, ocorreu uma revista geral na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves. Nesta, houve apreensão de celulares, drogas, estoques, armas, munição, além de dinheiro e carregadores de celular. Também havia anotações relativas ao tráfico de drogas e demais documentos. A investigação contabiliza os materiais para usá-los como provas.
Em seguida, houve ainda cumprimento de mandado judicial na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde se encontra o líder do esquema criminoso. Os demais envolvidos foram presos. Entre eles, por exemplo, a companheira deste preso que cumpre pena fora do Estado, traficantes, responsáveis pela contabilidade, lavagem de capitais, entre outros delitos. Os suspeitos, além de comprar imóveis e carros, adquiriram até uma cabanha.
Segundo o MP-RS, a facção controlava um esquema de tráfico, inclusive dentro de casas prisionais. O grupo chegava a realizar “rifas” entre apenados, além de negociar em várias cidades armamento como granadas e fuzis.
A operação
A Operação Contas Abertas esteve sob comando do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul). Cerca de 400 agentes cumpriram as ordens judiciais, incluindo cerca de 50 mandados de busca.
A operação contou com o apoio da Polícia Civil, Brigada Militar e dos Grupos de Atuação Especial da Polícia Penal e de Intervenção Rápida da SUSEPE (Superintendência dos Serviços Penitenciários).