SOB PRESSÃO

Inter joga pouco mas vence Delfín e avança na Sul-Americana

Inter se classificou em segundo lugar do Grupo C da Sul-Americana, com 11 pontos. O adversário nas oitavas de final será o Rosário Central

Alario marcou o gol que deu a vitória ao Inter - Foto: Flickr Inter/Divulgação
Alario marcou o gol que deu a vitória ao Inter - Foto: Flickr Inter/Divulgação

Não foi fácil. Como em outros momentos da temporada, o Inter tropeçou em si mesmo na noite deste sábado (8). Os bons números do scout contrastam com aspectos do rendimento da equipe dentro de campo. Por exemplo, hoje contra o Delfín, no Alfredo Jaconi, o Inter chegou próximo dos 70% de posse de bola durante a partida, mas ora a equipe troca passes sem profundidade, ora peca gravemente na tomada de decisão no momento dos passes decisivos do ataque.

Na noite de hoje, o gol saiu só no segundo tempo. Aos 22, Wesley cobrou um escanteio, Vitão escorou de cabeça e Alario chutou para o gol de Heras. A abertura no marcador surgiu de muita pressão. Diferente da etapa inicial, o Inter se permitiu arriscar mais, “se livrar” mais da bola, o que gera mais erros, mas desestabiliza mais o adversário. O Delfín não oferecia quase que nenhum risco ofensivo ao Colorado, mas obstruía bem a troca de passes.

Além disso, a equipe equatoriana abusava da cera. Qualquer lance em que a bola parava era motivo para um jogador, principalmente o goleiro Heras, ir ao chão e pedir atendimento. A situação só mudaria após o gol do Inter que, “misteriosamente”, despertou a pressa do Delfín. Antes disso, a arbitragem pouco fez.

Aliás, o árbitro Felipe González não soube conduzir as indisciplinas no primeiro tempo. E, quando este acabava, protagonizou com o VAR um lance de possível pênalti em Bruno Henrique, mas que tinha impedimento na origem e poderia ser resolvido pelo ponto eletrônico no ouvido do juiz.

Mas o foco é o Inter. Quando ficou à frente no resultado, Coudet teve uma reação sintomática de um clube que, mesmo tendo bom nível técnico, se encontra instável e com pouca confiança. O treinador colocou Thiago Maia e Igor Gomes em campo, um volante e um zagueiro, abriu mão de atacar e fazer mais gols. Parecia que o Inter jogava contra o Barcelona em Yokohama. Todos à beira do campo, pedindo o final da partida, só que contra um time de segunda linha do Equador.

Coudet

Não há dúvidas quanto à qualidade do elenco Colorado. Também, a meu ver, talvez na contramão do que a maioria da torcida colorada pensa, percebe-se um padrão de jogo no time de Coudet. O Inter parece às vezes bater de frente com sua própria ansiedade, com toda carga de frustrações que se abateu sobre o clube após seguidas eliminações nos últimos anos, obtidas por diferentes técnicos, uns mais outros menos amados.

Após a partida de hoje, Coudet reagiu contra um torcedor que supostamente o havia ofendido durante o jogo. Na coletiva, o técnico trouxe ainda seus números que, analisados friamente, com exceção da derrota para o Juventude, de fato advogam a seu favor. Mas isso não necessariamente diz tudo sobre o momento do Inter. A verdade é que há tempos o Colorado está ferido e vulnerável à possibilidade de novas derrotas. Difícil fazer isso caber em estatísticas.

Situação e próximo jogo

O Inter se classificou em segundo lugar do Grupo C da Sul-Americana, com 11 pontos. O adversário nas oitavas de final será o Rosário Central, da Argentina, ainda com datas a definir. O que se sabe é que o confronto ocorrerá na semana de 17 de julho.

Na quinta-feira (13), o Inter manda jogo contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro. A partida ocorre às 20h no Heriberto Hülse, em Criciúma.