A Seapi (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) informou que o Copaaergs (Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul) se reuniu de forma emergencial para elaborar o Boletim Extraordinário, com análise dos eventos meteorológicos ocorridos no Estado em maio.
“O documento traz previsões para o mês de junho e indicações gerais para os produtores rurais gaúchos nos próximos meses”, ressaltou.
O boletim ressalta que a previsão do nmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para junho indica chuvas abaixo da média no Rio Grande do Sul, especialmente na Região Sul e na Campanha Estado, e próxima da média no Norte do Estado.
A previsão também indica que as temperaturas deverão ser ligeiramente acima da média na Região Central, Região Metropolitana, Serra, Litoral Norte, Região Noroeste e Norte (anomalia positiva de 0,5°C) e próxima da normal ou até mesmo ligeiramente abaixo na Campanha e Região Sul.
“Não se descarta, porém, a ocorrência de geadas em algumas localidades, especialmente naquelas de maior altitude e na região da Campanha, devido à entrada de massas de ar frio que podem provocar declínio de temperatura do ar, o que é comum nesta época do ano”, disse a Seapi.
Indicações gerais
De acordo com o boletim, os primeiros levantamentos da Sedec (Secretaria de Desenvolvimento Econômico) indicam que os principais prejuízos identificados pelos produtores rurais com as enchentes foram a perda parcial da produção agrícola, citada por 25,75% dos respondentes, seguidos de danos à infraestrutura, como galpões e estradas (11,71%) e perda de animais (3,68%).
As perdas das culturas anuais de verão só não foram maiores porque as enchentes ocorreram no fim do ciclo, quando já estavam colhidas em sua maior parte.
No entanto, as perdas substanciais de solo, decorrentes tanto de deslizamentos e inundações, como de lixiviamento e erosão, comprometeram negativamente a estrutura química, física e biológica do solo, o que poderá dificultar a semeadura da safra de inverno de 2024 (trigo, centeio, cevada, aveia e canola) ou até mesmo da safra de verão 2024/2025.
“Também afetará os cultivos perenes (pomares) nos próximos ciclos de produção”, ressaltou a Seapi.
O Conselho orienta que os produtores façam, assim que possível, análise do solo, para identificar seu estado atual e determinar os teores de nutrientes, matéria orgânica e argila. A partir da análise, realizar a correção da acidez do solo e adubação.
Em áreas severamente afetadas, o Copaaergs recomenda repensar a aptidão de uso do solo nestas localidades, com a possibilidade de deslocar ou transferir áreas produtivas para lugares geograficamente mais adequados para cultivo agrícola.
Para recuperação e conservação do solo, o Conselho recomenda a adoção de práticas de manejo como sistema de plantio direto, manutenção da cobertura vegetal do solo, cultivo de plantas de cobertura, rotação de culturas, cultivo em nível, terraceamento, conservação de matas ciliares e, quando possível, a adoção do sistema de cultivo integrado – lavora-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta.
Para criadores de animais, a orientação é atentar para a condição sanitária do rebanho, procedendo à vacinação contra a leptospirose e doenças respiratórias.