Hoje não tem personagem. É o Victor mesmo falando. Nos últimos dias acompanhei as discussões sobre onde a dupla Gre-Nal mandaria os jogos dadas as perdas nas enchentes. Este texto não visa discutir as escolhas do Inter, mas é imperativo louvar a do Grêmio.
O Couto Pereira, em Curitiba, ainda com sua arquitetura rústica, lembrou o antigo o Olímpico Monumental, com a Geral cantando do início ao fim. Rememorou um tema que, confesso, eu temia se tornar batido para mim aqui nas crônicas: o do lar.
Mais de uma vez escrevi aqui sobre a identificação relacionada ao território geográfico. Mas também como essa casa, como que em uma emocionada metonímia, vem junto com os peregrinos no mundo a desbravar. Li isso em um livro do Hermann Hesse chamado “Caminhada” e nunca esqueci.
No anos porvir do Rio Grande do Sul, o tema do pertencimento passará por reconstrução, juntamente com as novas estradas, casas, hospitais, cidades, e tudo que diz respeito à estrutura material. E o futebol terá um papel central nesse processo, mantendo viva a memória e projetando o futuro. Agora o jogo.
Imposição
O Strongest trouxe um pequeno susto em jogada tramada pelo alto no início do jogo. Mas quem criava era o Grêmio, sem acusar problemas físicos ou qualquer outra justificativa. Houve um pedido de pênalti de Kannemann, um chute de Cristaldo, que está valente nas tentativas ofensivas.
Em seguida, aos 13, o gol. Diego Costa dominou na direita, enfrentou o marcador, que foi se atirando na sua frente. O atacante tricolor então cruzou e Soteldo chutou de canhota para o gol. A partir daí, o jogo ficou ainda mais tranquilo, o Grêmio dominava o meio-campo, com Diego Costa em grande noite no comando de ataque. A partida foi para o intervalo com 1 a 0.
Avalanche de gols
O segundo tempo já começou com placar ampliado. Aos 4, João Pedro recebeu de Pepê na intermediária, trouxe para o meio e chutou de esquerda. A bola fez um trajeto por baixo e não deu chance para o goleiro Viscarra.
Em seguida, veio o terceiro, aos 21, com Galdino. O meia-atacante recuperou uma bola no meio e avançou sozinho. Próximo do gol, chutou cruzado, também de esquerda, e transformou a partida em goleada.
Renato então mexeu. Entraram os garotos Gustavo Nunes e Nathan Fernandes, além de Carballo, que quase fez um golaço logo que entrou. A partida estava ganha, mas cabia mais. E foi de um dos guris o gol que fechou o resultado.
Gustavo Nunes, aos 43, dominou no meio, driblou marcadores e, da entrada da área, chutou colocado. 4 a 0 Grêmio. Noite histórica para o Tricolor e para o Rio Grande do Sul.
Situação na tabela e próximos jogos
O Grêmio tem 6 pontos e é terceiro colocado no Grupo C. Contudo, o Tricolor tem dois jogos atrasados em razão das enchentes ainda a disputar. O primeiro deles é o Huachipato, vice-líder com 8 pontos e um jogo a mais, na terça-feira (4), às 21h, no Chile. E o segundo é contra o já eliminado Estudiantes, sábado (8), às 19h, novamente no Couto Pereira.
Por fim, o Grêmio volta a campo no sábado (1º). O Tricolor enfrenta o Bragantino, às 16h, pelo Campeonato Brasileiro. O jogo ocorre no Estádio Couto Pereira.