As enchentes devastadoras que vêm atingindo diversas regiões do Rio Grande do Sul não apenas causaram danos materiais e humanos, mas também desencadearam uma infestação de ratos e baratas, levantando sérias preocupações de saúde pública.
Uma pesquisa da Universidade de Sussex revelou que existem cerca de 500 baratas por habitante no mundo, e as enchentes agravam essa situação ao forçar esses animais a migrarem para áreas habitadas.
Ratos e baratas, que normalmente residem em galerias de esgoto e áreas subterrâneas, foram impelidos pelo instinto de sobrevivência a buscar refúgio em locais secos e elevados.
“Esses animais têm a capacidade de nadar e flutuar, mas são suas adaptações anatômicas e fisiológicas que realmente permitem um rápido deslocamento em tais condições”, explica o professor de biologia Enios Carlos Duarte.
A migração em massa para áreas residenciais e comerciais não é apenas uma questão de incômodo, mas também de saúde pública. Esses animais são vetores conhecidos de diversas doenças, como a leptospirose, transmitida pela urina de ratos, e a salmonelose, frequentemente associada às baratas.
Após o alagamento do centro histórico de Porto Alegre, devido à cheia do lago Guaíba, moradores da capital gaúcha têm relatado o aparecimento de baratas em ruas da região.
Durante as enchentes, as baratas também infestaram paredes do Mercado Público de Porto Alegre.
Impactos econômicos
Além dos riscos à saúde, a infestação também acarreta prejuízos econômicos significativos. Estabelecimentos comerciais, especialmente aqueles relacionados à indústria alimentícia, podem sofrer danos à sua reputação e perdas financeiras devido à contaminação de produtos e à necessidade de medidas de controle de pragas.
Portanto, é essencial que a comunidade e os órgãos responsáveis trabalhem juntos para implementar estratégias de manejo integrado de pragas, visando à proteção da saúde pública e à minimização de impactos econômicos.
“É crucial que medidas preventivas sejam tomadas para controlar a população desses animais e minimizar os riscos à saúde pública. Ações como a limpeza de áreas propensas a acumular água e lixo podem ajudar a reduzir a presença de ratos e baratas”, finaliza Duarte.