Mãe e madrasta são condenadas a mais de 50 de reclusão pela morte do menino Miguel dos Santos Rodrigues, 7 anos;
Após dois dias de julgamento, entre quinta-feira (4) e esta sexta-feira (5) em Tramandaí, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 28 anos, e a companheira, Bruna Nathiele Porto da Rosa, 26 anos, madrasta do menino, foram condenadas pelo homicídio triplamente qualificado da vítima, além de tortura e ocultação de cadáver.
Yasmin recebeu uma pena de 57 anos, 1 mês e 10 dias de prisão em regime fechado e Bruna um total de 51 anos 1 mês e 20 dias de reclusão.
As duas, que já estavam presas, saíram da sessão direto para o presídio. Todas as teses do MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), conforme a denúncia, foram acolhidas pelos jurados.
“As rés foram responsabilizadas por terem espancado e matado o menino em 2021, em Imbé, também no Litoral Norte, ocasião em que o corpo desapareceu. Elas foram condenadas por homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima”, disse o MPRS.
Julgamento
No primeiro dia de julgamento, seis testemunhas, sendo três de acusação e três de defesa, foram ouvidas. Na parte da noite, houve o interrogatório das duas condenadas. No segundo dia, ocorreram os debates, com réplica e tréplica.
A sentença foi proferida pelo juiz Gilberto Pinto Fontoura, titular da 1ª Vara Criminal local, por volta de 22h20min desta sexta-feira. A acusação foi feita pelo promotor de Justiça André Tarouco, que atua na comarca, e pela promotora de Justiça Karine Teixeira, designada pelo Núcleo de Apoio ao Júri do MPRS.
“O julgamento em si saiu dentro do esperado, pois desde o início da investigação nós tínhamos plena convicção em relação às responsabilidades das rés e hoje se materializa esse resultado, com todas nossas teses atendidas”, disse Tarouco após a decisão do júri.
“Era um julgamento muito aguardado em Tramandaí. Houve uma dedicação e percepção das polícias para elucidar o crime. Uma investigação espetacular da Polícia Civil e uma atuação impecável da Brigada Militar e hoje, o Ministério Público finalmente conseguiu a condenação. Foi pelo Miguel que tentou buscar socorro, mas foi silenciado. Agora, essa criança vai poder descansar”, finalizou a promotora Karine.