25ª fase da Lava Jato prende em Portugal operador foragido

Raul Schmidt Felippe Junior é investigado por suspeita de pagamento de propina aos ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, todos presos

A força-tarefa da Operação Lava Jato deflagrou sua 25ª fase e prendeu na madrugada desta segunda-feira (21) o operador Raul Schmidt Felippe Junior, em Lisboa, Portugal. Trata-se da primeira prisão no exterior de um integrante do esquema de corrupção da Petrobras. Essa etapa da Lava Jato foi batizada pelas autoridades portuguesas de “Polimento”.
O suspeito foi encontrado no apartamento em que mora, numa área nobre da cidade. Segundo avaliações preliminares dos investigadores, o imóvel vale aproximadamente 3 milhões de euros (cerca de R$ 12,4 milhões). Investigado por suspeita de pagamento de propina aos ex-diretores da estatal Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, ele também foi alvo de busca e apreensão. Os três ex-diretores continuam presos.
Os mandados, expedido pelas autoridades brasileiras, foram cumpridos pela Polícia Judiciária portuguesa e pelo Ministério Público local. Por meio de nota, o Ministério Público português informa que as buscas foram acompanhadas por uma equipe do Ministério Público brasileiro, sob “abrigo dos instrumentos legais de cooperação”.
O operador, que vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida sua ordem de prisão. Além de atuar como operador, de acordo com o Ministério Público Federal, Felipe Junior “aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobras”.
Ele tinha dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, e havia se mudado para Portugal após a deflagração da Operação Lava Jato. A data para que ele desembarque em território nacional dependerá da conclusão do processo de extradição junto às autoridades do país europeu. Ainda não há informação sobre quando ele chegará ao Brasil.

Bens já haviam sido bloqueados

Em julho de 2015, durante a 15ª fase da Operação Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro havia determinado o bloqueio de bens de Felippe Júnior e também do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada. Contra o operador Moro determinou o bloqueio de R$ 7 milhões e, de Zelada, de até R$ 20 milhões.
Na ocasião, o ex-executivo também teve sua prisão decretada, por suspeita de corrupção, fraude, desvio de verbas públicas e crimes fiscais, por ter movimentado dinheiro de contas no exterior para Mônaco mesmo após a deflagração das investigações sobre corrupção na Petrobras.
Os dois mantinham negócios juntos, como integrar a diretoria da TVP Solar, empresa de energia solar com escritórios na Suíça e no Brasil.