Lula diz que não vai "abaixar a cabeça" e que se sentiu "prisioneiro"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (4) que não vai abaixar a cabeça e que se sentiu um prisioneiro durante a ação da Polícia Federal. O petista disse ainda que o que aconteceu hoje precisava acontecer para que o PT pudesse levantar a cabeça.
“Não vou abaixar a cabeça. O que eles [a PF, o Ministério Público Federal] fizeram com esse ato de hoje, é que, a partir da próxima semana, CUT, PT, sem-terras, PC do B, me convidem, que eu vou andar esse país.”
Lula disse acreditar em instituições fortes e que elas são a garantia do estado democrático. “Mas uma instituição forte precisa ter pessoas muito responsáveis”. “Vivemos um processo em que pirotecnia vale mais que qualquer coisa” e que não deve não teme.
O petista disse ainda que a Polícia Federal ascendeu nele a chama de que a luta continua e que era só o juiz federal Sergio Moro mandar um ofício ou fazer um telefonema que ele compareceria para depor.
“Se juiz Moro quisesse me ouvir, era só ter mandado ofício. Eles ascenderam em mim a chama de que a luta continua”, declarou Lula durante coletiva na sede nacional do Partido dos Trabalhadores, na região central de São Paulo.
O ex-presidente disse que “ser amigo de Lula é uma coisa criminosa” hoje no Brasil e que há uma tentativa de “criminalizar o PT”. Segundo ele, a elite não se conforma que “esse merda de metalúrgico” tenha ousado a ser presidente da República.
“Eu e meus companheiros me levaram a ser presidente desse país, e fui melhor que todos eles [os outros presidentes], que todos cientistas políticos, fazendeiros, advogados.”
Lula afirmou que o comportamento dos investigadores é “muito grave”. Ele disse que já havia prestado esclarecimentos: “Em 5 de janeiro, suspendi minhas férias para prestar depoimento em Brasília”.
O ex-presidente também saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff e afirmou: “Estão cerceando a liberdade de Dilma a governar o país”. “Se tem alguém neste país que precisa de autonomia é a presidente da República. Ninguém quer que essa mulher governe este país. Desde 26 de outubro de 2014, eles não estão permitindo que a Dilma governe.”