Cotidiano

Novo ministro da Justiça diz que não há “indicativo de mudança” na Polícia Federal

Indicado para assumir o Ministério da Justiça, o procurador de Justiça do Ministério Público Wellington César Lima e Silva disse nesta terça-feira (1º) que não há “indicativo” de alteração no comando da Polícia Federal a curto prazo. Segundo ele, a PF continuará trabalhando da mesma forma como hoje, e ao Ministério da Justiça caberá “acompanhar e supervisionar o natural andamento”. A PF é vinculada ao ministério.
Wellington Silva foi convidado pela presidente Dilma Rousseff para assumir a pasta nessa segunda-feira (29), quando se encontrou com ela no Palácio do Planalto. Nesta manhã, ele se encontrou novamente com o atual ministro, José Eduardo Cardozo, deslocado para a chefia da Advocacia-Geral da União. Ambos participaram de evento do Conselho Nacional de Justiça.

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“Tive uma reunião preliminar com ministro José Eduardo e com o diretor-geral [da Polícia Federal] Leandro Daiello. Tive a melhor das impressões, e a única palavra é tranquilidade, normalidade, e seguirmos nosso caminho. As instituições no Brasil estão maduras ao ponto de não sofrerem variações com mudanças dos atores. A Polícia Federal continuará com seu trabalho como vem desenvolvendo até hoje”, disse Wellington.
O ministro indicado disse seu nome contou com “entusiasmo coletivo”, tanto de Cardozo como do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que foi governador da Bahia quando o novo ministro assumiu a chefia do Ministério Público no estado.
Ao conversar com jornalistas, quando saía do Ministério da Justiça, no início da tarde, Wellington Silva evitou responder diretamente se houve pressão para que Cardozo deixasse o cargo, e disse ver com naturalidade as críticas de entidades de classe, como delegados da polícia à sua indicação.
“Estou disposto a colaborar com o Ministério da Justiça, com o Brasil, e tenho certeza que esta é expectativa da população brasileira. E eu, como membro do Ministério Público, como indicado para o Ministério da Justiça, cumprirei minhas atribuições com absoluto rigor e com absoluto respeito à Constituição. Houve entidades favoráveis, outras que revelaram natural preocupação. Acho que a preocupação é compreensível, e verão, em pouco tempo, que é injustificável”, afirmou.
De acordo com Cardozo, a escolha de Wellington não foi uma forma de proteger o PT das investigações feitas pela PF no âmbito da Operação Lava Jato, que apura denúncias de corrupção na Petrobras. “O novo ministro é uma pessoa que tem forte comprometimento com a legalidade e com a Constituição e com posturas republicanas. Além disso, a orientação da presidente Dilma é clara. Sempre foi e continuará sendo: cabe o cumprimento da Constituição e da lei. O novo ministro se encaixa perfeitamente nesse perfil, é uma pessoa que eu tenho respeito e uma admiração profunda, portanto, são críticas infundadas”, avaliou Cardozo.
Na opinião dele, que vai substituir Luís Inácio Adams na AGU, após cinco anos à frente da pasta da Justiça, é “legítimo” haver uma “fadiga de material”. “Muitas vezes você tem críticas dos aliados, críticas de adversários. Recentemente eu recebi críticas de todos, e há um momento que tem que haver uma oxigenação”, disse, também na saída do ministério.