A Polícia Civil desarticulou nesta terça-feira (1º) uma quadrilha de assaltantes que atacava ônibus intermunicipais entre Porto Alegre e Guaíba, Cachoeirinha e Gravataí. O grupo é responsável, segundo os delegados responsáveis pela Força-Tarefa de Combate a Roubos em Coletivos, por pelo menos 40 ataques somente entre abril e junho deste ano.
Foram cumpridas 14 ordens judiciais entre mandados de busca e de prisão preventiva na chamada “Operação Viagem do Terror”. Ao longo da operação oito pessoas foram presas. Dois simulacros de pistola, uma arma de choque, relógios e diversos aparelhos de celular roubados das vítimas foram apreendidos.
Conforme os delegados Carlos Wendt e Alencar Carraro, os integrantes da organização criminosa são extremamente violentos e agrediam as vítimas com choques, socos e coronhadas durante os roubos a ônibus. As investigações sobre estas ações tiveram início em abril deste ano, quando os roubos começaram em Porto Alegre e região.
Em junho, foi preso um dos receptadores do grupo na cidade de Canoas. “O suspeito teve a audácia de montar um brique para vender produtos que haviam sido roubados nos coletivos”, afirmaram os delegados Wendt e Carraro.
Os dez manados de prisão e quatro de busca e apreensão foram cumpridos por cerca de 30 agentes nos bairros Rubem Berta, na zona Norte e Mário Quintana, na zona Leste. Os indivíduos identificados e presos foram reconhecidos pessoalmente, sendo que um deles confessou ter praticado 36 roubos entre os meses de abril e junho.
Participação de motoristas particulares nas quadrilhas
Dois motoristas de aplicativos de celular que realizam transporte privado participavam das ações. Conforme a investigação, eles faziam a condução dos criminosos até os ônibus atacados, geralmente entre 19h e 21h e os crimes ocorriam quase sempre na avenida da Legalidade.
“Os motoristas dos aplicativos cobravam da organização criminosa até 200 reais pelas corridas para resgatar os assaltantes após os roubos, ganhando bonificação com aparelhos de telefone celular roubados das vítimas”, contam os delegados.
Na ação, dentre os presos está Fernanda Correa da Silva, 22 anos, responsável por usar um aparelho de choque usado para agredir as vítimas. Ela foi identificada em 20 dos 40 roubos cometidos.
Carro locado para a Fasc era usado nos crimes
Na maior parte dos roubos a Polícia Civil identificou que um casal agia atacando os coletivos, apesar do grupo criminoso contar com cerca de 15 integrantes identificados. Também foram presos outros participantes dos ataques, responsáveis por transportar e revender os pertences dos passageiros.
Durante as investigações também foi apurado que um dos suspeitos usava, para o transporte dos responsáveis pelos roubos, o mesmo carro que locava para a Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania). “Imagens flagraram inclusive o veículo com uma placa indicando que prestava serviço ao órgão durante um dos assaltos”, concluíram os delegados.