Cotidiano

Obama confirma viagem a Cuba, onde discutirá direitos humanos

Obama prometeu pressionar o regime comunista em direitos humanos e em outras pontos de divergências políticas entre os dois países.

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira (18) que sua visita histórica a Cuba nos dias 21 e 22 de março faz parte de um esforço para “melhorar a vida da população cubana”. Ele prometeu pressionar o regime comunista em direitos humanos e em outras pontos de divergências políticas entre os dois países.
“Ainda temos diferenças com o governo cubano que abordaremos diretamente. Os EUA sempre defenderão os direitos humanos em todo o mundo”, escreveu Obama, ao anunciar a visita pelo Twitter.
Com a viagem, Obama será o primeiro presidente americano em exercício a pôr os pés na ilha em quase 90 anos. De acordo com o Departamento de Estado, o presidente Harry Truman (1945-1953) visitou a Baía de Guantánamo, que é controlada pelos EUA, e sua base naval no sudeste da ilha em 1948.

Curta nossa página no Facebooksiga no Twitter e receba nossas atualizações

O ex-presidente Jimmy Carter (1977-1981) fez várias visitas após deixar o cargo, em 1981. Mas é a primeira vez desde que o presidente Calvin Coolidge (1923-1929) foi a Havana, em janeiro de 1928, que um presidente em exercício visitará a capital cubana.
Em vários tuítes, Obama descreveu a viagem como parte de uma progressão gradual na normalização das relações entre os EUA e Cuba. O presidente havia deixado claro que sua visita a Cuba seria um desdobramento natural da reaproximação entre os dois países, iniciada no fim de 2014.
Desde então, as embaixadas foram reabertas, algumas barreiras econômicas foram removidas e os países assinaram um acordo nesta semana para retomar os voos comerciais.
Sem conseguir convencer o Congresso a suspender o embargo econômico a Cuba, Obama dribla o Legislativo com ordens executivas e busca consolidar a reaproximação com Havana como um dos legados irrevogáveis de seu governo. Opositores da administração de Obama argumentam que a reaproximação com Cuba endossaria um governo antidemocrático e violador dos direitos humanos.
Para Obama a retomada das relações com Cuba é reflexo de uma política externa baseada na amenização das hostilidades com inimigos históricos. No mês passado, Washington revogou as sanções econômicas impostas ao Irãapós cumprimento do acordo nuclear estabelecido com o país.
“Há muito mais que pode ser feitos pelos governos dos EUA e de Cuba para avançar essa abertura de uma forma que seja boa para os dois países. Esse é o motivo por que o presidente Obama está indo para Cuba”, disse vice-conselheiro de segurança nacional, Ben Rhodes, em um post no blog Medium.
Além de se reunir com Raúl, Obama interagirá com membros da “sociedade civil”, disse a Casa Branca, referindo-se a ativistas que defendem várias causas sociais. Antes de anunciar a visita, Obama afirmou que um das condições para uma viagem presidencial seria a possibilidade de falar com todos os tipos de grupo —incluindo aqueles que se opõem ao regime dos irmãos Castro.
A parada em Cuba fará parte de uma visita maior do líder americano à América Latina. De Cuba, Obama viajará à Argentina, onde se reunirá com o novo presidente, Mauricio Macri.