Porto Alegre confirma primeiro caso de zika vírus

A SMS (Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre) confirmou, na manhã desta sexta-feira (5), um caso de zika vírus detectado na cidade. Anteriormente a SMS havia informado que o caso havia sido contraído dentro de Porto Alegre, mas corrigiu a informação.
A paciente é uma mulher não-gestante, moradora do bairro Jardim Carvalho. Ela já recebeu tratamento contra o vírus. O caso é importado durante viagem ao estado de Mato Grosso. O caso foi notificado em 4 de janeiro e confirmado ontem. Ainda há 11 casos suspeitos de zika vírus.
Além deste caso, foi confirmado um caso de dengue autóctone da Capital. O caso foi confirmado na última quarta-feira (03), após divulgação dos exames laboratoriais. Nesse mesmo dia foram confirmados mais três casos de dengue. Os dois homens e a mulher identificados são da mesma família, residentes do bairro Vila Nova. Os três casos de dengue são considerados autóctones, ou seja, foram contraídos na capital.
Só esse ano foram confirmados 15 casos de dengue em Porto Alegre. Destes, 12 foram contraídos fora do estado. Além dos três pacientes confirmados com dengue na Vila Nova, mais duas investigações em relação à doença no bairro estão em andamento. Com medida preventiva, equipes da CGVS coordenaram nesta semana duas operações de aplicação de inseticida no bairro.
A Secretaria Municipal de Saúde está realizando pesquisa vetorial especial (busca, identificação e eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti) e busca ativa na comunidade para tentar identificar pessoas com sintomas.

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Zika, o que é?

Foi identificado pela primeira vez na África, na década de 1940 e, desde então, ficou restrito a pequenas aldeias. Chegou a circular fora do continente africano, porém, nunca de forma intensa. A partir do ano passado, depois da Copa do Mundo, começaram a surgir relatos de que o vírus teria chegado ao Brasil. Em maio de 2015 o Ministério da Saúde registrou os primeiros casos, porém como a doença não tem notificação obrigatória e os laboratórios não têm estrutura para fazer testes em todos, os registros são menores do que o número real de infectados.

Prevenção

Não existe vacina contra o Zika e o desenvolvimento deste produto pode levar mais de dez anos. Até lá, a única forma de prevenir é evitando o mosquito, destruindo os criadouros, as larvas e usando repelentes.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) esclareceu no começo do mês que não há impedimento para que grávidas usem repelentes, desde que estejam registrados na própria agência reguladora e que sejam seguidas as instruções do rótulo.
Estudos indicam que o uso tópico desse produto, ou seja, direto na pele, à base de DEET (o n,n-Dietil-meta-toluamida) por gestantes é seguro. A Anvisa alerta, no entanto, que tais produtos não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Em crianças entre 2 e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos.

Transmissão

Assim com o vírus chikungunya e o da dengue, o zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Cientistas já relataram um caso de transmissão da doença pelo sêmen e também registraram a presença do vírus no leite materno, porém, no momento, o Ministério da Saúde só reconhece a transmissão via mosquito. Esta semana o secretário de Atenção à Saúde do Ministério a Saúde, Alberto Beltrame, disse que as mães que tiveram Zika podem amamentar seus filhos normalmente.
Foi registrada ainda uma transmissão do vírus por transfusão de sangue, de doador para receptor. O Ministério da Saúde diz que todas as formas de transmissão são alvo de pesquisa e que tudo ainda é muito recente e inédito, o que demanda estudos amplos.