A PF (Polícia Federal) prendeu, nesta quinta-feira (7), duas pessoas em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, como parte de uma operação para coibir as ações de grupo criminoso especializado na importação ilícita de baterias e de sucatas de baterias estrangeiras. Os produtos eram trazidos para o Brasil por meio da fronteira entre Santana do Livramento, com Rivera, no Uruguai.
Na Operação Plata y Plomo, os policiais federais cumpriram, além dos dois mandados de prisão em Santana do Livramento, 13 mandados de busca e apreensão nos municípios de Santana do Livramento (5) e Novo Hamburgo (3), no Rio Grande do Sul, e Sangão (1), Concórdia (2) e Brusque (2), em Santa Catarina.
Também foram executadas ordens de bloqueios de aproximadamente R$ 6 milhões de reais nas contas bancárias dos suspeitos, sequestro e apreensão de bens móveis e imóveis, todos, devidamente expedidos pela Justiça Federal da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento.
Investigação
A investigação teve início em maio de 2023 com a apreensão de um caminhão carregado com sucatas de baterias e baterias novas, todas de procedência estrangeira. As mercadorias trazidas do Uruguai para comercialização no Brasil eram transportadas de maneira dissimulada, por meio da emissão de notas fiscais falsas por empresas de Novo Hamburgo e de Santa Catarina.
Estima-se que mais de 950 toneladas de baterias tenham sido introduzidas irregularmente, em um período de apenas nove meses. Também foi verificada a movimentação financeira paralela de mais de R$ 6 milhões de reais pelos investigados.
A operação
A Operação Plata y Plomo tem como foco os mecanismos de introdução ilícita de mercadorias no Brasil e as metodologias de lavagem de dinheiro usadas pelos investigados. Na investigação, há indícios de que veículos registrados em nome de terceiros são usados como pagamento de mercadorias. Da mesma forma, contas bancárias de passagem são usadas como mecanismo de blindagem e dissimulação das movimentações financeiras.
O comércio ilícito de baterias é uma prática recorrente na fronteira para que grupos criminosos se capitalizem para viabilizar a prática de outros crimes, a exemplo da própria lavagem de dinheiro, contrabando e evasão de divisas. Além de alto poder de degradação ambiental, esse tipo de crime apresenta altíssimo potencial de lucro oriundo da revenda e manufatura de chumbo extraído das baterias contrabandeadas.