A CCMQ (Casa de Cultura Mario Quintana) realizará no próximo sábado (27), às 15h30, uma oficina de escrita chamada “Por toda parte resgatar a palavra, arrancar o texto”. A atividade será ministrada pelo escritor Alec Lisboa e é inspirada pela exposição “Por toda a parte: a ausência das mãos de Ítalo”, atualmente em exibição na Sala Radamés Gnatalli, que estará em cartaz até 11 de fevereiro.
O objetivo da oficina é refletir sobre os textos que surgem do cotidiano, inspirados em objetos, memórias e silêncios que nos acompanham. Além de discutir os processos criativos dos participantes, a oficina incluirá exercícios de escrita e troca de referências e experiências literárias.
A atividade é gratuita e destinada a maiores de 18 anos. Os interessados podem se inscrever em formulário disponível neste link. Ao todo, são 10 vagas.
As atividades possuem um número limitado de vagas, para que possamos garantir que nossos públicos usufruam de uma boa experiência durante a realização de nossas oficinas e ações educativas. Para isso, é estabelecida uma prática de seleção de participantes correspondente ao número de vagas oferecidas em cada atividade, utilizando como critério de seleção, a ordem de inscrição de cada interessado.
O ministrante e a exposição
Alec Lisboa é responsável pelos textos das peças “Por de Dentro” e “Aos meus queridos fracassados: Festa, Fantasia e Desejo”, além de escrever e produzir zines de poemas e textos experimentais. Em seus trabalhos, ele pesquisa a relação dos indivíduos com a falta, o desejo e a memória, além de investigar como a presença de pessoas LGBTQIA+ em diferentes espaços pode tensionar as narrativas consideradas naturais. Alec também é colecionador de botões, trocadilhos ruins e observador de gatos.
A exposição “Por toda a parte: a ausência das mãos de Ítalo”, que inspira a oficina, consiste em uma série de cartas escritas pela personagem Júlia para seu irmão mais velho, Ítalo, que saiu de casa ao se assumir transgênero e não mantém contato com ela há sete anos. Nas cartas, Júlia aborda as dinâmicas familiares e como a moradia foi modificada ao longo do tempo, culminando na mudança de endereço. Com uma narrativa sensível, Júlia expressa ao irmão como sua ausência é sentida diariamente nos gestos dos pais, no silêncio que envolve seu nome e na atmosfera da casa. Falar sobre essa ausência é uma forma de trazê-lo para perto.