Oito criminosos envolvidos na aplicação do “golpe da casa própria”, contra vítimas que pretendiam comprar casas no Rio Grande do Sul, foram presos. Os estelionatários ameaçavam as vítimas até de morte após a conclusão da venda de imóveis. Em um dos casos recebidos pela polícia, a vítima teve prejuízo financeiro de R$ 85 mil, além de sofrer extorsão e ameaças.
Conforme o delegado Marco Swirski, da Delegacia de Polícia de Esteio, os criminosos publicavam anúncios de casas através da rede social Facebook. Eles atraíam as vítimas para que deixassem seu número de celular para um contato posterior. Essa ligação ou troca de mensagens era feita por um integrante da quadrilha que, depois de uma suposta negociação, marcava com o interessado no imóvel.
A casa é apresentada à vítima que, persuadida, fecha negócio. O imóvel, no entanto, pertence a um terceiro que não tem nenhum conhecimento da negociação. Em alguns casos, para manter a fachada, os golpistas chegam a alterar os números dos locais supostamente à venda.
A partir do pagamento feito, os compradores passam a ser extorquidos e ameaçados de morte pelos integrantes da quadrilha para não ocupar o imóvel. Os golpistas chegam a dizer que o dono é um membro de facção criminosa. Com medo, muitas vítimas acabam não procurando a Delegacia para reportar o caso.
Apenas no caso de uma vítima, o prejuízo financeiro foi de R$ 85 mil, além das extorsões com graves ameaças sofridas por ela.
A operação, chamada de Doce Lar, cumpriu 19 medidas cautelares, sendo dez prisões e nove de mandados de busca e apreensão. Dentre os integrantes do esquema, alguns possuem antecedentes por tráfico de drogas, extorsão mediante sequestro, furto e estelionato. Um dos investigados possui mais de 20 ocorrências pela prática do “golpe da casa própria”, segundo a polícia.
Oito investigados envolvidos no esquema criminoso foram presos. Houve apreensão de drogas e outras provas que reforçam a materialidade dos delitos.
Conforme o delegado regional de Canoas, Cristiano de Castro Reschke, investigações que apuram golpes, estelionatos, fraudes e extorsões são prioridade da polícia. Ele aponta que são uma forma de enfrentamento ao crime organizado, uma vez que são a partir desses crimes que as quadrilhas buscam recursos para fomentar outros delitos.