A Polícia Civil deflagrou, nesta quinta-feira (25), uma ação contra um grupo criminoso que vendia produtos de cargas roubadas para uma rede de mercados de Porto Alegre. A estimativa é de que o grupo conseguiu lucrar pelo menos R$ 3 milhões com estelionatos e R$ 1,5 milhão com venda de produtos roubados, daí o nome da operação: “Black Market”, ou “mercado obscuro” em inglês.
São investigados crimes roubo, furto e receptação de cargas roubadas, além de estelionatos praticados contra fornecedores de produtos comercializados em mercados. A cidades alvo da “Operação Black Market” são Porto Alegre, Canoas, Viamão, Capão da Canoa e Itapema, em Santa Catarina.
Ao todo, foram cumpridas 22 ordens de busca e apreensão nesta quinta-feira (26). Um indivíduo foi preso em flagrante por posse de arma de fogo. Diversos veículos e R$ 20 mil em espécie foram apreendidos.
As investigações contra essa quadrilha já duram seis anos, após os realizarem crimes patrimoniais, tais como receptação de carga roubada. Além disso, a polícia investiga estelionatos praticados pelo grupo contra fornecedores de produtos que costumam ser comercializados no varejo nos anos de 2017 e 2018. Ao todo, são 21 investigados, sendo que seis são empresários.
Os estelionatos ocorriam por meio de empresas registradas com documentação falsa e que praticavam fraudes através do “golpe da arara”. Os alvos eram os fornecedores de gêneros comercializados em mercados que vendiam a prazo, mas não recebiam todo o valor dos produtos negociados. A polícia investiga mais de 800 dívidas protestadas pelos credores.
Para dissimular a ação criminosa, os estelionatários utilizavam o nome de “laranjas” para o registro das empresas. Dessa forma, eles se eximiam da responsabilidade civil e, eventualmente, criminal pelas dívidas e consequências jurídicas dos prejuízos causados aos fornecedores lesados.
O lucro ilícito era investido na compra de bens registrados em nome de terceiros ou era misturado ao capital com o faturamento dos próprios mercados.
O nome da rede de mercados, que possui médio porte, não foi divulgado pela polícia porque o negócio foi adquirido por outro empresário após o início da investigação. Não há indícios, até o momento, que ele participasse ou soubesse da fraude realizada entre 2017 e 2018.