O conflito iniciado após um ataque massivo do Hamas a Israel entrou no segundo dia neste domingo (8). Até o momento, as autoridades confirmaram 1.120 mortes – 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e sete na Cisjordânia, além de milhares de feridos e desaparecidos. Israel está concentrando todos os esforços em uma contraofensiva. O Exército israelense informou que já conduziu 500 ataques em Gaza.
Segundo o Ministério de Relações Internacionais de Israel, houve registro de um ataque no Egito: “Nesta manhã, durante uma visita turística de um grupo israelense em Alexandria, no Egito, um local abriu fogo contra eles, matando dois civis israelenses e a guia egípcia”. “Além disso, há um ferido israelense com estado de saúde estável. O Ministério e a Embaixada no Cairo estão colaborando com autoridades egípcias para repatriar os cidadãos israelenses para Israel o mais breve possível”, diz o comunicado.
Fontes afirmam que haveria ainda em Israel duas “células dormentes” do Hamas prontas a entrar em ação se os militares israelenses entrarem na Faixa de Gaza para uma operação por terra, o que é esperado. Um porta-voz do Hamas, Ghazi Hamad, declarou à BBC que o ataque recebeu apoio do Irã.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, pediu aos palestinos que deixem Gaza e prometeu reduzir os esconderijos do Hamas a ruínas. “Nos vingaremos do Hamas por esse dia escuro. O Exército usará toda a força para perseguir o Hamas, atingiremos em qualquer lugar. O que aconteceu nunca havia acontecido em Israel e farei com que nunca aconteça de novo. Será uma guerra que levará tempo, será difícil, dias desafiadores estão diante de nós”, declarou. Ele também advertiu que o Hamas não “encoste em um fio de cabelo dos reféns em Gaza”: “Vocês fazem parte da cadeia dos heróis de Israel e estamos com vocês”.
O ex-premiê israelense Naftali Bennet se apresentou aos militares no front para se alistar como reservista. As informações foram divulgadas na mídia israelense, mostrando um vídeo de poucos segundos, que circula também nas redes sociais. As imagens mostram Bennett usando um uniforme de reservista, com camiseta preta, enquanto se apresenta e aperta as mãos de outros reservistas diante do que parece ser um galpão militar.
Posição brasileira
O governo brasileiro anunciou que realizará na manhã deste domingo uma reunião de coordenação sobre os conflitos e a situação dos brasileiros na região. A reunião deverá contar com a participação da Ministra substituta das Relações Exteriores, Embaixadora Maria Laura da Rocha; do Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro; e do Assessor Especial do Presidente da República, Embaixador Celso Amorim. Está prevista uma declaração à imprensa ao fim do encontro.
Também há previsão de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU neste domingo. A presidência de turno é do Brasil. O país fará um apelo para que “se pratique a moderação” para evitar a escalada do conflito entre Israel e Hamas.
O Brasil também deve defender a retomada dos acordos de Oslo, assinados em Washington em 1993 e que instituíram a Autoridade Nacional Palestina, incluindo aspectos como a abertura de negociações nos territórios ocupados e a retirada de Israel de áreas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.