EM ATUALIZAÇÃO

Israel declara guerra após ataque massivo do Hamas

A última atualização dá conta de 438 mortes no conflito até o momento

A administração de Gaza atualizou para 238 o número de palestinos mortos na retaliação de Israel após o ataque do Hamas. O número inclui os integrantes do comando do Hamas infiltrados em Israel. O governo de Israel registra 200 mortos, totalizando 438 baixas no conflito até o momento.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra após um ataque surpresa de grande escala do Hamas, usando mais de 5 mil foguetes.

O Ministério da Saúde de Gaza também indicou que, nas primeiras horas de conflito com Israel, 161 palestinos foram mortos e 931 se feriram. Entre os mortos, haveria membros do comando do Hamas, mortos em combate com o Exército israelense.

“Cidadãos de Israel, estamos em guerra, e não é só uma operação, é realmente uma guerra”, disse Netanyahu, informando que ordenou a convocação de reservistas do Exército e uma resposta à guerra “impetuosidade e uma amplitude que o inimigo não conheceu até agora”.

“O inimigo pagará um preço que nunca precisou pagar. Venceremos”, declarou o premiê. “Diversos terroristas se infiltraram no território israelense desde a Faixa de Gaza. Os habitantes da área devem permanecer em suas casas”, disse o porta-voz militar israelense.

A infiltração ocorreu por terra, ar e mar, inclusive com o uso de parapentes. Com a declaração de guerra, foi iniciada a “Operação Espadas de Ferro”, com a convocação de dezenas de milhares de reservistas.

Segundo a imprensa local, homens armados chegaram a abrir fogo contra pedestres na cidade de Sderot. Também foram divulgadas imagens de prisões de soldados israelenses, e corpos de militares levados para Gaza, mas as informações ainda não foram confirmadas oficialmente.

Itamaraty

O Brasil se manifestou a respeito da declaração de guerra por parte de Israel contra a Palestina. O Itamaraty divulgou uma nota condenando “a série de bombardeios e ataques terrestres”. O texto diz que o governo brasileiro “expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel”.

Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão. anuncia o comunicado. E, ainda, afirmou que “não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o Governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”, diz o texto.

“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz”, conclui o Itamaraty.

O Ministério das Relações Exteriores afirma ainda que não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.

Hamas

O vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, declarou à Al Jazeera que o grupo capturou “um grande número de israelenses”, entre os quais altos oficiais.

Segundo ele, o grupo tem prisioneiros suficientes para forçar Israel a libertar todos os prisioneiros palestinos em seus cárceres. “Conseguimos matar e capturar muitos soldados israelenses. Os combates ainda estão em andamento”.

E aos nossos prisioneiros, digo que sua liberdade se aproxima. O que temos em mãos os libertará. Quanto mais combatermos, mais teremos”, declarou.

Repercussão

Europa

A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, expressou “inequívoca condenação” e definiu os ataques como “terrorismo em sua forma mais desprezível”. O comissário de Economia da UE, Paolo Gentiloni, também manifestou angústia e solidariedade a Israel.

O alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, escreveu: “Acompanhamos com angústia as notícias de Israel e condenamos sem reservas os ataques conduzidos pelo Hamas. Essas horríveis violências devem cessar imediatamente.  Com o terrorismo e a violência não se resolve nada”.

O governo francês, em nota, disse: “A França condena com máxima firmeza os ataques contra Israel e sua população, expressa plena solidariedade a Israel e às vítimas desses ataques, e reafirma seu absoluto repúdio ao terrorismo e seu empenho pela segurança de Israel”.

“Condeno firmemente os ataques terroristas e expresso plena solidariedade às vítimas, familiares e pessoas próximas”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron.

ONU

O coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, expressou preocupação pelos civis: “Condeno com veemência o ataque, que provocou cenas horríveis de violência e muitas vítimas. São ataques atrozes contra os civis e devem ser interrompidos imediatamente.

EUA

A Casa Branca também condenou o ataque: “Não há justificativa para o terrorismo. Estamos firmemente ao lado do governo e do povo de Israel”, disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

Apoiadores

Por outro lado, Rahim Safavi, conselheiro do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse: “Parabenizamos os combatentes palestinos. Estaremos ao lado dos combatentes até a libertação da Palestina e de Jerusalém”.

Em Beirute, no Líbano, pessoas chegaram a comemorar nas ruas, tremulando bandeiras palestinas e dando outras demonstrações de solidariedade.

Rússia

A Rússia busca mediar um cessar-fogo. O representante especial para o Oriente Médio e países africanos, e vice-ministro de Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, disse estar em contato com autoridades israelenses, palestinas e dos países árabes: “Se trata de uma recaída do conflito que dura 75 anos. Pedimos a paz”.