O abastecimento de água no bairro Arquipélago, na zona norte de Porto Alegre, está comprometido. O motivo é a grande cheia do Guaíba, a segunda maior registrada desde 1941.
Conforme o DMAE (Departamento Municipal de Águas e Esgotos), o aumento do nível do lago tornou inviável a operação da ETA (Estação de Tratamento de Água) Ilhas, localizada na Ilha da Pintada. São afetadas a Ilha do Pavão, a Ilha da Pintada e a Ilha dos Marinheiros.
“Tivemos que parar a operação por conta do elevado nível do Guaíba, que está comprometendo a operação e gerando risco de choque elétrico”, afirma a diretora de Tratamento e Meio Ambiente, Joicinele Fagundes Becker.
A ETA abastece toda a região do arquipélago. Ainda não há previsão de retorno da operação, pois é necessário que a água baixe para que a estação possa ser religada com segurança.
Também devido à cheia, as três unidades de saúde no bairro Arquipélago (US Ilha da Pintada, US Ilha do Pavão e US Ilha dos Marinheiros) estão fechadas. As equipes permanecem no atendimento e acolhimento em abrigos.
Cheia do Guaíba desbanca recorde de 1967
A cheia do Guaíba de 2023 desbancou o recorde da enchente registrada em 1967, quando as águas do lago alcançaram 3,13 metros no Cais Mauá e inundaram o Centro da Capital.
Desde 1873, quando ocorreu o registro da primeira enchente a inundar Porto Alegre, o Guaíba passou dos 3 metros apenas em cinco oportunidades. Veja abaixo as maiores cheias do Guaíba.
- 1873 – 3,5m
- 1914 – 2,6m
- 1928 – 3,2m
- 1936 – 3,22m
- 1941 – 4,75m
- 1967 – 3,13m
- 1984 – 2,60m
- 2015 – 2,94m
- 2016 – 2,65m
- 2023 – 3,17m