HISTÓRIA

Projeto busca manter viva a memória e tradição do Renner

O projeto é uma realização da Fundação A. J. Renner que se tornou possível a partir da união de estudiosos e torcedores apaixonados.

Clube fundado em 1931. Foto: Divulgação

Quem venceu o Campeonato Gaúcho de 1954? Tratando-se de Rio Grande do Sul, o palpite mais óbvio seria Grêmio ou Internacional. Mas em 1954 foi diferente. O campeão daquela edição foi o G. E. Renner, clube fundado em 1931, por funcionários de uma fábrica que daria origem às Lojas Renner.

Sua história, um tanto quanto oculta ou presente só na memória de entusiastas, está sendo revivida e contada no projeto “G.E. Renner: O Cometa Eterno” com o intuito de manter viva a chama da agremiação. Isso se dará com a produção de um livro e a apresentação de palestras sobre a história do clube.

O projeto é uma realização da Fundação A. J. Renner que se tornou possível a partir da união de estudiosos e torcedores apaixonados. Luis Carlos Macchi é o coordenador geral do “G.E. Renner: O Cometa Eterno” e a produção executiva é da Stephanou Cultural.

Para contar esta rica história, unem-se ex-jogadores e torcedores, além do acervo presente no espaço cultural Memorial Valdir Joaquim de Morais. O livro tem lançamento previsto para novembro deste ano.

“Esse projeto é resultado de uma profunda pesquisa iconográfica e entrevistas com nomes importantes da equipe que construiu uma história linda e, até os dias atuais, continua presente em nossos corações”, celebra Marise Mariano, Diretora-Presidente da Fundação A.J. Renner.

Marco do futebol gaúcho

Cria do bairro Navegantes, em Porto Alegre, seus maiores feitos ocorreram na década de 1950. Idealizado pelos funcionários da A. J. Renner, teve bastante apoio da presidência da fábrica, que proporcionou diversas assistências, tais como escolas, departamento médico, social e de esportes, além de banco de financiamento.

O apoio fez com que a equipe fosse crescendo e, após 14 anos faturando títulos no futebol amador, o clube conseguiu se profissionalizar. Foram outros 14 anos na elite profissional do futebol gaúcho, tendo seu apogeu entre 1954 e 1956, quando enfileirou dois anos de invencibilidade e conquistou o Campeonato Gaúcho de 1954, após vencer Grêmio e Internacional no Campeonato Citadino do mesmo ano.

Outro feito marcante foi revelar o goleiro Valdir de Moraes, um dos grandes da posição nas décadas de 50 e 60. O arqueiro começou no juvenil e defendeu as cores vermelha e branca por mais de uma década, até ser vendido ao Palmeiras. No clube paulista foram 480 jogos e sete títulos conquistados.

Após a aposentadoria, Valdir também se destacou por criar a profissão de treinador de goleiros, função que exerceu na Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1986.

O goleiro compilou muitos documentos e fotos ao longo de sua carreira e muito desse acervo histórico foi consultado na pesquisa e elaboração do livro “G.E. Renner: O Cometa Eterno”.