O governo federal reservou cerca de R$ 1,5 bilhão no Orçamento de 2024 para o reajuste dos servidores públicos. Os números foram apresentados nesta terça-feira (29) durante reunião da MNNP (Mesa Nacional de Negociação Permanente), instalada pela primeira vez em julho de 2003, no primeiro mandato presidencial de Lula, mas que foi depois interrompida em 2016.
Segundo o Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado), o valor corresponderia a 1% de correção salarial no ano que vem. O Fórum, no entanto, não considera a proposta razoável.
Segundo o presidente do Fonacate, Rudinei Marques, “Falar em 1% para quem tem perdas acumuladas superiores a 30% é uma afronta a 1,2 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas, muitos endividados pelo congelamento salarial imposto nos últimos anos”, disse.
O Anffa Sindical (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários) vai na mesma linha. A entidade avalia que a sinalização do governo com aproximadamente 1% de reajuste linear para 2024 “é muito pouco e frustra os auditores fiscais federais agropecuários”, afirma.
O sindicato relata estar sem reajuste desde 2017. “Isso realmente vai deixar a nossa base de filiados enfurecida, vamos ter que entrar em um processo de negociação em um nível de tensão muito alto”, diz o presidente da entidade, Janus Pablo Macedo.
Representantes do governo afirmam que irão trabalhar para ampliar os recursos disponíveis. Caso haja aumento de arrecadação esperado para o segundo semestre, haverá mais espaço para reajuste no ano que vem.
A MNNP
A Mesa Nacional de Negociação Permanente foi reinstalada em fevereiro deste ano. Com a retomada dos trabalhos, já foram acordados os aumentos de 9% sobre o salário e de 43,6% no auxílio-alimentação para os servidores públicos federais neste ano.