O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante um evento com embaixadores em julho de 2022.
O presidente da corte, Alexandre de Moraes, disse que acompanha o voto do relator Benedito Gonçalves pela condenação de Bolsonaro, levando o placar do julgamento a 5 a 2 contra o ex-presidente.
Moraes destacou as mentiras contadas por Bolsonaro durante o encontro com os diplomatas e o uso da máquina pública para divulgação de fake news sobre o sistema eleitoral. “Toda a produção foi feita para que a TV Brasil divulgasse e a máquina existente multiplicasse a desinformação para chegar ao eleitorado”, enfatizou o ministro.
Além de Moraes e Gonçalves, votaram pela condenação os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia. Já Raul Araújo e Kassio Nunes Marques se posicionaram contra a inelegibilidade do ex-presidente.
Em seu voto, o relator Gonçalves considerou Bolsonaro “integral e pessoalmente responsável pela concepção intelectual do evento” com os diplomatas, justificando a inelegibilidade.
Após a confirmação do resultado, o ex-presidente disse ter sido alvo de um “massacre” por parte de “alguns setores da sociedade e do Tribunal Superior Eleitoral”. “Sempre respeitei a constituição e trabalhei dentro das quatro linhas”, declarou.