O PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul registrou queda de 0,7% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o quarto trimestre de 2022. O resultado negativo contrastou com a alta de 1,9% do PIB brasileiro no mesmo período comparado.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22) pelo DEE (Departamento de Economia e Estatística), vinculado à SPGG (Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão).
A disparidade em relação ao restante do País se vê em outras bases de comparação. Em relação ao mesmo período de 2022, o PIB do Rio Grande do Sul registrou crescimento de 1,7% no primeiro trimestre, enquanto o Brasil obteve alta de 4%.
Além disso, no acumulado em quatro trimestres, o PIB gaúcho apresentou retração de 3,4%. No país, a economia teve crescimento de 3,3% no mesmo período de comparação.
Segundo o DEE, a retração na economia gaúcha foi impactada pelas quedas na Agropecuária (-21,3%) e na Indústria (-4,4%). Já os Serviços apresentaram um leve crescimento no período (+0,3%).
Agro, Indústria e Serviços
Agropecuária
Em relação à Agropecuária, o mau resultado é reflexo da estiagem registrada no início do ano. Mas o governo destaca que, quando a comparação do primeiro trimestre é feita com o mesmo período de 2022, quando a estiagem foi ainda mais intensa, o setor Agropecuária apresentou taxa de crescimento de 13,6%.
Ademais, é do próprio setor agrícola que o governo espera a recuperação da economia. Para os próximos meses, apesar da estiagem ocorrida em 2023, a safra de soja, principal produto agrícola do Estado, será maior que a de 2022, impactando positivamente os números do segundo trimestre.
Indústria
Ainda conforme o DEE, a queda no setor industrial foi puxada pela baixa nos números da Indústria de Transformação (-5,6%), a de maior participação no segmento, e também pelos recuos nas atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,9%) e Construção (-1,7%).
A indústria de transformação apresentou queda também em comparação com 2022 (-10,4%). Resultado que fez com que, no geral, a Indústria apresentasse queda de 7,2,% no primeiro trimestre em comparação com 2022.
Entre as explicações dadas pelo governo para a baixa estão a interrupção dos trabalhos para manutenção na Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, e a parada na produção na General Motors, em Gravataí. Só a parada na refinaria representou cerca de 60% da queda registrada no segmento industrial do Estado no período.
Serviços
Nos Serviços, a alta no trimestre em relação aos três primeiros meses de 2022 chegou a 3,3%, contra 2,9% do Brasil. Os principais destaques do segmento foram Comércio (+5,5%), Intermediação financeira e seguros (+5,2%), Outros serviços (4%) e Serviços de informação (+3,9%).
Entre as atividades comerciais, as mais representativas para o resultado positivo foram Combustíveis e lubrificantes (+36,1%), Comércio de veículos (+21,7%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+5,3%), enquanto os principais recuos estiveram nas atividades de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-4,5%) e Móveis e eletrodomésticos (-2,2%).