Dois homens foram presos em uma operação da Polícia Civil que investiga a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, no Vale do Sinos. Os investigados na Operação Galézia são um despachante veicular, de Novo Hamburgo, e um vistoriador veicular de um CRVA (Centro de Registro de Veículos Automotores) de São Leopoldo.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão na casa dos investigados e no Centro de Veículos Automotores. Duas armas e cerca de R$ 10 mil em dinheiro foram apreendidos. Os dois indivíduos foram presos, de forma preventiva, em Esteio e Novo Hamburgo.
A investigação partiu de uma denúncia encaminhada pela Corregedoria do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) por uma vítima residente no Paraná, que havia adquirido um automóvel Toyota Hilux oriundo do Rio Grande do Sul. Ao dar entrada no processo de transferência, foi orientado pelo Detran daquele estado que, devido a problemas no documento de origem, a regularização deveria ser feita no Detran do RS.
Conforme a Polícia Civil, o homem quis resolver o problema e enviou uma vistoria lacrada ao antigo proprietário, que procurou o CRVA do bairro Lomba Grande, mas não conseguiu realizar o procedimento. O despachante entrou, então em ação, repassando um orçamento para a realização de seu serviço e um “adicional de valores” para a obtenção dos documentos em São Leopoldo.
Segundo a polícia, o “adicional” era para a realizar a adulteração dos documentos do veículo, dizendo que ele estava apto a rodar. Os valores seriam divididos entre o despachante e o vistoriador veicular do CRVA.
Na primeira fase da operação, mandados de busca e operação na casa e escritório do despachante. Um celular foi apreendido e, segundo a polícia, foram encontradas no aparelho de telefone celular apreendido mensagens de áudio e texto trocadas entre o despachante com o vistoriador do CRVA de São Leopoldo. Para a investigação ficou clara a denúncia feita na ouvidoria. Ao menos outros 10 crimes foram identificados envolvendo trocas de valores por serviços com outros clientes.
A polícia ainda apura os caminhos que o dinheiro tomou a partir da fraude. Indícios apontam que os acusados tinham uma conta bancária conjunta para o fornecimento de empréstimo de dinheiro a juros. Os diálogos transcritos na investigação apontam também que pode haver o envolvimento pontual de algum outro funcionário do CRVA no esquema de corrupção.