O Inter foi eliminado nos pênaltis da Copa do Brasil pelo América-MG, na noite desta quarta-feira (31), no Beira-Rio. No tempo normal, a equipe gaúcha aplicou 3 a 1 no adversário, igualando a vantagem de 2 a 0 sofrida na primeira partida em Minas Gerais. Nas penalidades, porém, o Colorado voltou a não ser competente e soma mais um fracasso.
A derrota é mais uma frustração para o torcedor de uma série de outras. Torcedor que fez sua parte. A festa de apoio ao time teve direito à tradicional “Ruas de Fogo”, quando a torcida, em grande número, espera com sinalizadores vermelhos acesos e os já conhecidos cânticos, do lado de fora do estádio, o ônibus da delegação acesos.
Dentro de campo, o apoio fez parecer que a história seria diferente. Sem Alan Patrick e outros titulares, Mano Menezes escalou um time que, embora não conseguisse entradas efetivas na área adversária, controlava as ações na partida. O jovem Lucca, no comando de ataque, foi a grande novidade. Enquanto esteve em campo, o centroavante mostrou melhores condições técnicas que Alemão, nome mais utilizado pelo treinador nos últimos jogos.
Os gols, no entanto, vieram em bolas paradas e de jogadores da linha de defesa. Aos 19, De Pena bateu falta na área e o zagueiro Nico Hernández cabeceou para as redes do goleiro Pasinato. Gol cedo, esperança de virada.
O Inter conseguia manter o ritmo, que não era dos mais intensos, mas era constante. O segundo gol, que igualaria o duelo, viria em seguida. Minutos após abrir o placar, uma nova falta pelo lado esquerdo de ataque. De Pena cobrou na área e dessa vez Igor Gomes apareceu para concluir para o gol.
E o gol que colocaria o Colorado em vantagem viria de um pênalti. Já nos minutos finais da primeira etapa, Wanderson, dentro da área, escorou de cabeça para Lucca que, ao dominar, foi derrubado por Alê. Pedro Henrique chamou a responsabilidade e converteu. O Inter foi para o intervalo com a classificação na mão.
Segundo tempo
Mas viria o segundo tempo, e, como em outros jogos do Inter na temporada, o time perderia o rendimento, seja pela questão física, seja pela baixa qualidade técnica dos jogadores que saíram do banco para renovar o ritmo da equipe. Entre tantos nomes aquém das expectativas, o escolhido da torcida como alvo da falta de paciência foi Alemão.
Também pudera. O centroavante, que substituiu Lucca, desperdiçou praticamente todas as jogadas que passaram por ele, com sua dificuldade para dominar a bola e dar sequência nos lances de gol.
Mesmo assim, o Inter teria chances para fazer o gol que selaria a classificação. A principal delas veio em uma jogada onde curiosamente Alemão conseguiu acertar o passe para Jean Dias. De primeira, ele passou cruzado pela área até a bola chegar para Renê, sozinho, desperdiçar um gol feito.
Mas o castigo pela falta de competência viria novamente. Em um cruzamento, Juninho venceu a defesa colorada de cabeça e voltou a deixar o confronto igualado.
O América-MG fazia um segundo tempo melhor que o do Inter, com mais imposição. Sem jogadores de frente capazes de trazer a vitória ainda no tempo normal, o duelo foi para as penalidades.
Pênaltis
Nos pênaltis, a baixa qualidade técnica dos atletas colorados fez-se ver. Na segunda cobrança do Inter, Alemão tentou colocar, mas acabou pegando mal e atrasou para o goleiro. Por sorte do atleta, e do Inter, o juiz sinalizou que Pasinato se adiantou e a cobrança foi repetida. Dessa vez, o centroavante converteu.
Na sequência, De Pena bateu e acertou o ângulo. No entanto, no momento do chute, a bola bateu também no pé de apoio do uruguaio, o que é considerado dois toques. Quando isso ocorre, a cobrança é anotada como erro.
As demais cobranças foram sendo convertidas, até que Iago Maidana acertou a quinta penalidade do América-MG e deu a classificação para a equipe mineira.
Coletiva
Na entrevista após a eliminação, Mano Menezes disse considerar difícil vir a público para explicar mais uma eliminação.
Sobre a partida, Mano analisou que o time fez um bom jogo, assim como um bom placar. Nas penalidades, no entanto, faltou competência, disse o treinador.
Na tentativa de ponderar o resultado, Mano destacou o fato de o time ir a campo com seis reservas, e que, quando teve a chance de garantir a classificação, não conseguiu. Mesmo assim, Mano disse que a equipe praticamente não deu chances ao adversário.
Sobre a tão falada questão física, Mano evitou dar ênfase a esse aspecto do time por considerar colocar foco nele poderia tirar a responsabilidade do próprio treinador.
Situação e próximos jogos
Resta ainda para o Inter a disputa do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. A próxima partida da equipe gaúcha é pelo Brasileirão, contra o Santos, no sábado (3), na Vila Belmiro. A partida será realizada às 21h.
Pela Libertadores, o Inter enfrenta o Nacional, na quarta-feira (7). O confronto ocorre no Parque Central, em Montevidéu, às 19h. O jogo é válido pela 5ª rodada do Grupo B.
Escalações
Inter
John; Igor Gomes (Vitão), Moledo, Nico Hernández e Renê; Campanharo, Johnny (Matheus Dias) e De Pena; Pedro Henrique (Jean Dias), Lucca (Alemão) e Wanderson (Estêvão) – Técnico: Mano Menezes
América-MG
Mateus Pasinato; Marcinho, Wanderson, Maidana e Danilo Avelar; Lucas Kal (Wellington Paulista), Juninho e Alê (Martínez); Everaldo (Mikael), Aloisio (Rodrigo Varanda) e Felipe Azevedo (Mastriani) – Técnico: Vagner Mancini
Cartões amarelos
Inter
Igor Gomes, De Pena, Lucca e John
América-MG
Alê e Everaldo
Arbitragem
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliar: Danilo Ricardo Manis (Fifa-SP)
Auxiliar: Fabrini Bevilaqua Costa (Fifa-SP)
VAR: Thiago Duarte Peixoto (SP)