OPERAÇÃO GAUTENG

PF e Receita fazem operação contra fraude fiscal no RS e outros três estados

A investigação apurou a existência de um esquema bilionário de emissão de notas fiscais falsas para a obtenção de benefícios fiscais envolvendo diversas empresas da cadeia de sucatas. Também foi identificada transação de notas fiscais de ouro

Foto: Polícia Federal/Divulgação

A PF (Polícia Federal) e a Receita Federal deflagraram, na manhã desta terça-feira (16), uma operação para desarticular uma organização criminosa dedicada a fraudes fiscais. O grupo tem atuação nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Ao todo, são cumpridos 59 mandados de busca e apreensão e de ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal. São realizados bloqueio de imóveis, contas bancárias e arrecadação de bens que venham a ser identificados em poder da organização criminosa.

No Rio Grande do Sul, são 18 mandados. As cidades alvo da “Operação Gauteng” são Caxias do Sul (16) e Bento Gonçalves (1), na Serra, além de Porto Alegre (1).

Investigação

A apuração da Receita Federal detectou indícios de que empresas inexistentes (de fachada, conhecidas como “noteiras”) emitiram R$ 4 bilhões em notas fiscais falsas. Elas eram destinadas a um grupo de empresas que atua na cadeia de sucatas.

A investigação apurou que o objetivo do esquema era a obtenção de benefícios fiscais envolvendo diversas destas empresas. Várias delas foram abertas em nome de “laranjas”, beneficiários do Auxílio Emergencial, que movimentaram quantias expressivas em contas bancárias.

Além de operações com sucatas, o operador do esquema transacionou bilhões em notas fiscais de ouro. Há suspeitas de que essas transações possam estar relacionadas a crimes de lavagem de dinheiro, extração ilegal de minérios, sonegação de impostos e outros delitos.

A descoberta foi possível graças ao cruzamento de dados e de uso de informações de inteligência. A partir destas informações, a Polícia Federal instaurou inquérito em dezembro de 2021.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e de sonegação fiscal. Na ação, foram mobilizados 280 policiais federais e servidores da Receita Federal.