O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Gonçalves Dias pediu demissão nesta quarta-feira (19). Imagens divulgadas pela CNN Brasil mostram o general Gê Dias, como era conhecido, ao lado de golpistas que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e patrimônio da União nele instalado, no dia 8 de janeiro.
A saída dele do governo ocorreu pouco depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O militar chefiou a segurança do petista durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010). Antes da demissão, o GSI divulgou nota afirmando que realiza investigações internas sobre a conduta de seus agentes durante a invasão do Palácio do Planalto.
Vídeos do circuito interno de vigilância do Planalto mostram o, agora, ex-ministro circulando pelo terceiro andar, onde fica o gabinete da Presidência da República. Em um primeiro momento, ele está sozinho e tenta abrir portas de gabinetes. Após alguns minutos, o ministro aparece caminhando pelo mesmo corredor com alguns invasores. As imagens sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de vândalos.
As imagens também mostram um capitão do Exército circulando entre os invasores, sem impedir a ação destes. Em determinado momento, um homem pega um extintor de incêndio e o militar, que deveria preservar a segurança e os patrimônios do prédio não intervém.
Gê Dias já era cobrado por causa da invasão do prédio público, que é a sede do Poder Executivo da República Federativa do Brasil. Aliados apontaram que houve inação do GSI durante os ataques.
Confira a nota à imprensa do GSI
A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio.
As imagens do dia 8 de janeiro estão em poder da Polícia Federal, que tem desde então investigado e realizado prisões de acordo com ordens judiciais.
No dia 17 de fevereiro, a Polícia Federal pediu autorização para investigar militares e, a partir do dia 27 de fevereiro, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), tem realizado tais investigações, inclusive com a realização de prisões.
Dessa forma, todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI.
O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio.
E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro.