O réu Leandro Boldrini volta ao tribunal do júri a partir desta segunda-feira (20), quase três anos após ser condenado pelo assassinato do filho, o menino Bernardo. O novo julgamento ocorrerá no Foro da Comarca de Três Passos, no Noroeste gaúcho. Os trabalhos serão presididos pela juíza Sucilene Engler Audino, a mesma que coordenou o júri anulado. A previsão de duração é de três dias.
No processo, julgado em março de 2019, quatro réus foram condenados: o pai da criança, Leandro Boldrini (33 anos e 8 meses); a madrasta Graciele Ugulini (34 anos e 7 meses de reclusão); a amiga dela, Edelvania Wirganovicz (22 anos e 10 meses); e seu irmão, Evandro Wirganovicz (9 anos e 6 meses).
Em dezembro de 2021, o desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto decidiu por acolher o recurso da defesa de Leandro para anular o julgamento. O motivo, conforme o magistrado, foi em função da conduta do Promotor de Justiça durante o interrogatório dele em plenário, no júri a partir da violação do direito de permanecer em silêncio.
Segundo a defesa de Boldrini, a decisão dos jurados também “contrariou a prova dos autos do processo”. Embora o julgamento de Leandro tenha sido anulado, a prisão preventiva não foi revogada. Ele segue preso desde o início do processo, em 2014.
Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, no dia 4 de abril de 2014. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, em 14 de abril de 2014, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha, Frederico Westphalen.
No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos. Eles foram apontados pelas investigações da Polícia Civil de serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. A morte de Bernardo teria contado com a ajuda da amiga dela, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, Evandro Wirganovicz foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado.